segunda-feira, 27 de julho de 2015

Grampo da PF flagra acerto de propina entre diretora de Olarte e sócia de Amorim


Fabiano Portilho
 
Não bastasse ter tido escritório vip na Agência Estadual de Empreendimentos (Agesul) na época do Governo Puccinelli, onde o lobista João Amorim mantinha funcionários e subornava servidores, conforme apontou a Polícia Federal na investigação Lama Asfáltica, a Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seinthra) de Campo Grande também conta com `sala vip´ exclusiva para a quadrilha continuar seu esquema criminoso de propinas, segundo indicaram as interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça.
As 'evidências' às quais as investigações se refere inclui a engenheira civil Renilda Ota considerada 'pessoa de confiança' de João Amorim para posição estratégica na Seinthra. Renilda Ota Miyasato, que mantinha o nome até agora preservado no circuito das publicações oficiais, foi nomeada pelo prefeito Gilmar Olarte (PP) no último dia 3 de dezembro como diretora de Gestão de Contratos na Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação.
Interceptações
Em interceptações telefônicas feitas pela PF, Elza Cristina Araújo dos Santos, sócia de João Amorim na organização criminosa, e Renilda Ota Miyasato, diretora de contratos da Secretaria Municipal de Transporte (Seintrha) flagra esquema de propinas debaixo do nariz do secretário de obras do município, Valtemir Alves de Brito (braço-direito de Olarte),acompanhe:
Elza: "Tô te ligando de última hora, sobre aquele compromisso do dia 19 tá? o Rômulo, ele fechou aqui com uma margem de 10%, tá?. Mas esse ai é o da dor, tá? eu, a gente tá tentando ver o do amor"
Renilda Ota: "Ah, entendi, ahan".
Na gravação, segundo investigadores da Policia Federal os 10% que Elza refere-se é subentendido como propina nas negociações com Renilda
Sócia de Baird
Em 07 de maio de 2009, Elza assumiu a administração da Kamerof Participações Ltda, por meio desta empresa, se torna sócia de João Baird na Itel Informática Ltda. em 1º de abril de 2010.
A Kamerof pertence a um intricado rol de associações, comumente usado em casos de lavagem de dinheiro, que no mesmo mês em que Elza assumiu a direção da Kamerof, esta ligou-se à empresa holandesa Arklyleius Holdings.
A Arklyleius, por sua vez, é controlada por outra empresa sedida em Londres, que opera em 41 países e paraísos fiscais conhecidos, como Luxemburgo, Curaçao, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas, Bahamas, Barbados, Malta, Maurício, Índia, Singapura, Hong Kong, Suíça ou Holanda (veja mapa).
A holding é subordinada a uma fundação holandesa, a Stichting van Shelling que, por sua vez, é controlada pela empresa inglesa dos paraisos fiscais. Trata-se da Amicorp Directors Limited, que pertence à Amicorp Trust.
Offshore
Empresas de offshore, se obedecida as regras do direito internacional, são legais. Seu significado: empreendimento que tem a contabilidade num país diferente de onde exerce a sua atividade. Hoje, quando se trata de offshore, vem logo a associação com contas abertas em paraísos fiscais e o correntista intencionado em práticas ilícitas, como a lavagem de dinheiro. O Uruguai, vizinho do Brasil, é um país com fama de paraíso fiscal. É para lá que chefes de organização mandam o dinheiro arrecadado de maneira ilegal.

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