sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pivô de operação, João Amorim acumula fortuna, contratos e denúncias

Além da operação Lama Asfáltica, João Amorim já foi citado na Operação Urugano e em investigações sobre suposto 'caixa 2' na campanha de Puccinelli


Foto: Reprodução
Alvo da operação Lama Asfáltica, o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos acumula contratos milionários com o Governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande. Entre as obras tocadas pela Proteco Construções Ltda estão o Aquário do Pantanal e os serviços tapa-buraco.

Conforme levantamento do portal Brasil Notícia, somente no período de 03 de fevereiro de 2010 a 16 de abril de 2014 – segundo mandato do ex-governador André Puccinelli (PMDB) - o Estado contratou obras da Proteco em valores superiores a R$ 300 milhões.

Os números são investigados pelo MPF (Ministério Público Federal), através da Ação Penal 573, que apura o suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens que teria sido praticado por Puccinelli. Amorim é apontado como caixa de campanha do ex-governador, junto com Eolo Ferrari, desde os tempos da gestão de Puccinelli na prefeitura de Campo Grande (1997 a 2004), quando a Engecap, MBM e AS ganharam obras que teriam sido direcionadas.

Em dezembro de 2014, o então vereador Zeca do PT também entrou com uma representação no MPE (Ministério Público Estadual) para investigar possível direcionamento nas licitações de obras em favor de empresas ligadas ao empresário conforme a conveniência do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e do atual gestor, Gilmar Olarte (PP).

Na época, a empresa abocanhava a maior parte da fatia dos R$ 21 milhões mensais, destinados à limpeza e à recuperação de vias públicas da capital, através das operações ‘Tapa-Buraco’. Deste montante, cerca de R$ 13 milhões era destinado para a empresa de João Amorim, que ficou conhecido como ‘papa obras’ do Estado.

Apesar do grande faturamento, a Proteco Construções foi cobrada judicialmente por uma dívida de R$ 20 milhões, podendo ter seus bens penhorados. A ação n. 0810070-11.2015.8.12.0001 de Execução de Título Extrajudicial é movida pelo Banco Rural e corre na 9ª Vara Cível de Campo Grande. Leia mais aqui.

Outras ligações
João Amorim é sobrinho do primeiro governador do Estado, Harry Amorim da Costa, e irmão da ex-primeira dama de Campo Grande e deputada estadual, Antonieta Trad (PMDB). O empreiteiro é amigo íntimo do governador André Puccinelli, foi tesoureiro junto com o empresário Eolo Ferrari (do caso dos garis laranjas da Engecap) das principais campanhas eleitorais dele, como a de 1996, quando o PT foi roubado.

Em 2010, o empresário foi citado em gravações da Operação Uragano, da Polícia Federal, como sendo o principal operador de Puccinelli para arrecadar dinheiro para sua campanha eleitoral, recolhendo dinheiro de propinas de empreiteiras que venciam as licitações de obras no Estado.

Outras empreiteiras também teriam ligação com o empresário, como a LD Construções. O dono da empresa, Luciano Dolzan, é genro de João Amorim e participa da Financial Ambiental do Consórcio Solurb, que presta serviços de coleta do lixo e limpeza de vias públicas da Capital. Além dela, a DMP Construções LTDA também seria de outro parente próximo de Amorim.

Operação Lama Asfáltica
A PF (Polícia Federal) esteve na manhã de ontem (9) cumprindo mandados de busca e apreensão na Proteco Construções Ltda e na residência do empreiteiro João Amorim. A megaoperação, batizada de Lama Asfáltica, investiga uma organização criminosa que teria fraudado diversas licitações em obras públicas de Mato Grosso do Sul, causando prejuízos aos cofres públicos de R$ 11 milhões.

Conforme a PF, as empresas investigadas atuam nos ramos de pavimentação de rodovias, construção de vias públicas, coleta de lixo e limpeza pública, entre outros. Os suspeitos teriam cometido os crimes de sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes à licitação. 

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