sábado, 22 de agosto de 2015

Leitos psiquiátricos fecham as portas no país e índice chega a 40%


Desde a década de 1970 movimentos sociais lutam pela humanização no tratamento. Foto: Michelle Farias/G1Desde a década de 1970 movimentos sociais lutam pela humanização no tratamento. Foto: Michelle Farias/G1
O Sistema Único de Saúde (SUS) reduziu em 40% o número de leitos psiquiátricos no país em nove anos. Em 2006 havia 40.942 leitos em 228 hospitais psiquiátricos. Hoje, são cerca de 25 mil leitos do SUS, distribuídos em 166 unidades hospitalares.
O enxugamento desse tipo de serviço oferecido em hospitais se arrasta desde 2001, após a aprovação da reforma psiquiátrica no Congresso Nacional. A medida assegura a extinção progressiva de leitos para internação de longa permanência em psiquiatrias.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Antônio Geraldo da Silva, o recomendável é que o tratamento seja realizado em âmbito familiar,porém, existem casos que exigem internação do paciente. "Não se acaba com uma doença por decreto. Há os quadros mais graves", afirma Antônio Geraldo.
Para o ex-deputado Paulo Delgado e autor da matéria,a legislação reflete uma vontade da sociedade. “O que as pessoas desejam é que os médicos atendam em liberdade, que não isolem que encontrem um caminho. Se não for possível a cura, que seja um tratamento mais humano, que possa dar conforto ao paciente e tranquilidade à sua família”, explica.
A reforma psiquiátrica tramitou no Congresso por doze anos, mas desde a década de 1970 movimentos sociais se mobilizaram pela humanização do tratamento e pelo fim dos manicômios.  Após quase quarenta anos de luta, o Ministério Público ainda recebe denúncias de maus-tratos, internações compulsórias e estruturas precárias em hospitais e clínicas psiquiátricas que atendem pelo SUS. No município de Barbacena (MG), por exemplo, centenas de pessoas permanecem no regime de internação de longa permanência. Lá 82 investigações estão em andamento no Ministério Público, na área de saúde mental.

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