segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Delegacias de Mato Grosso do Sul deixam de custodiar presos, e acontece nova reunião terça-feira


Superlotação na cela da delegacia de Chapadão do Sul em Janeiro deste ano/Foto ArquivoSuperlotação na cela da delegacia de Chapadão do Sul em Janeiro deste ano/Foto Arquivo

    Na sexta-feira (27) policiais civis de Mato Grosso do Sul, decidiram em assembleia extraordinária entregar as chaves das delegacias para o Estado, essa atitude foi motivada pela falta de segurança dos policiais de plantão e acúmulo de funções.
    As delegacias de Chapadão do Sul e Sonora foram as primeiras a trancarem as celas prisionais, e guardarem as chaves, segundo o delegado de Polícia Civil de Chapadão do Sul, Danilo Mansur, ele foi o primeiro a deixar de custodiar presos, essa decisão foi tomada após a morte do policial Anderson Garcia da Costa de 37 anos que foi na DP de Pedro Gomes na quarta-feira (25).
    As reivindicações dos policiais são para que as custódias de presos deixem de ser responsabilidade das delegacias civis, já que a função do PC é investigar e atender a população e não cuidar de detentos que por muitas vezes já estão condenados e permanecem nas delegacias.
    Assim como o presidente da Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) Giancarlo Miranda, Mansur também afirmou que policiais civis não podem custodiar presos já que não são treinados para isso, “eles não tem treinamento, o papel do policial civil é investigação, se eles ficam nas delegacias cuidando de presos a população perde por não ter a resolução de crimes”, afirma Mansur.
    Em nota a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) de Mato Grosso do Sul, disse que o Estado tomara providencias como o aumento de efetivo e pagamento de diárias para os Policiais Civis que custodiarem presos, e mais rapidez nos julgamento dos presos “reforço de plantões nas Delegacias onde há custódia de presos, mediante o pagamento de diárias para o efetivo policial da região, aumentando assim o número de investigadores nos plantões; discutir com o Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, Procuradoria Geral do Estado e Poder Judiciário, para agilizar julgamentos dos presos provisórios para que permaneçam o menor tempo possível nas unidades policiais”, um trecho da nota da assessoria de imprensa da Sejusp.
    Segundo a Sinpol, na tarde desta terça-feira (1) vai acontecer uma reunião com a Copev (Coordenadoria da Vara de Execuções Penais), do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), com a intenção de elaborar um planejamento estratégico com o fim de promover a migração da responsabilidade da custódia dos presos provisórios recolhidos em Delegacias da Polícia Civil para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário.
    Entrega das chaves
    Sem ter quem cuide dos presos, as delegacias que aderiram à manifestação, estão com presos sem custódia, ou seja, policiais civis não estão cuidando dos presos.
    A alimentação dos detentos de Chapadão do Sul está sendo feitas por Assistentes Sociais, que vão no horário das refeições e entregam todas as marmitas para um preso que distribui para os demais. Banho de sol e visitas estão suspensas.
    Segundo o delegado Mansur, o risco de presos se rebelarem existe, pois as celas não tem segurança adequada e os muros em volta da delegacia são baixos, o que possibilitaria a fuga de presos.
    No momento existem somente cinco presos na delegacia de Chapadão do Sul, porém no mês de agosto o número era de 58 presos sob custódia de um policial civil de plantão.

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