sexta-feira, 4 de março de 2016

Sem proposta de reajuste, Prefeitura fala em “boa vontade” com professores

Natalia Yahn

A Prefeitura de Campo Grande não tem proposta para o reajuste dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino). Em nota na tentativa de explicar propaganda sobre a negociação, o Município diz que "demonstra a sua boa vontade em atender a categoria".
O impasse levou os professores a anunciarem que, entre os dias 15 e 17 de março, paralisarão as atividades nas escolas.
Conforme o texto enviado pela assessoria de imprensa, a peça reforça que o envio de uma proposta será feito ao fim da questão sobre a Omep e a Seleta, que tem afetado a folha de pagamento. No entanto, ao contrário do que afirma o comunicado, nenhuma das entidades foi citada no vídeo.
Essa informação, segundo a nota, havia sido passada aos professores durante uma reunião. O Executivo sustenta que está aguardando o MPE (Ministério Público Estadual) se manifestar sobre o caso e não apresenta nenhum prazo para resolver a situação dos docentes.
A prefeitura diz também que a propaganda busca demonstrar a importância da categoria "exaltando seus salários" ao compará-los ao piso nacional e ao valor pago pelo Estado, mostrando que Campo Grande tem o maior vencimento de todos, para argumentar sobre a falta de uma proposta.
Por fim, o comunicado do município usa as contas públicas como outra justificativa, lembrando que em setembro de 2015, quando Alcides Bernal (PP) reassumiu a gestão, os salários eram pagos de forma parcelada sem perspectiva de 13º e após reordenamento das despesas, não apenas conseguiu depositá-lo como também retomou neste ano o pagamento integral dos vencimentos.
O informe não convenceu os professores. “Esta não é a maneira que o Executivo tem que se manifestar. A categoria foi tratada com desrespeito. Na segunda-feira (29) o prefeito disse que iria apresentar uma proposta em dois dias. Ainda esperamos até ontem (3) e ele não cumpriu o que prometeu”, afirmou o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da EducaçãoPública), Lucílio Souza Nobre.
Para ele, a “boa vontade” citada pelo município ainda não foi comprovada pelos professores. “Não tivemos nenhuma resposta concreta. Não queremos que chegue a este ponto de estrangulamento, com greve, passeatas. Isso prejudica todo mundo”, disse o representante da categoria.
Caso - Na quarta-feira (2), o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), não foi à reunião com promotores do MPE (Ministério Público Estadual). O encontro foi marcado por ele mesmo, que definiu como fundamental para encaminhar campanha salarial dos professores da Reme. A conversa seria sobre o futuro de contratos milionários – e considerados irregulares – com a Omep e a Seleta.
Isto porque, segundo disse Bernal na terça-feira (1), os convênios – já questionados pelo próprio MPE – com as duas entidades representam um “custo muito alto” na folha de pagamento do município.
A expectativa, com base no que o próprio prefeito disse esta semana, era de que a decisão tomada nesse encontro selaria o reajuste dos professores da Reme, que pedem aumento de 11,36% mais o índice de 13,01% relativo a 2015 que não foi pago.

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