quinta-feira, 3 de março de 2016

‘Servidor não tem nada a ver com a crise, se é que ela existe’, diz ACP

No momento, tal reajuste prejudicaria os demais setores da sociedade, alega Prefeitura Municipal, por meio de anúncio em mídia

O impasse entre os professores municipais e a prefeitura de Campo Grande continua, apesar do anúncio divulgado, nesta manhã (3) na rede televisiva, alegando que não haverá o reajuste esperado, no momento, por conta da “crise financeira” e “responsabilidade”. Em contrapartida, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais de Educação Pública) ainda aguarda um posicionamento oficial do prefeito Alcides Bernal (PP).

O presidente da ACP, Lucílio Souza Nobre, contou que já conversou com o secretariado para marcar um encontro, porque anseia por uma proposta escrita, antes da Assembleia Geral, que ocorrerá hoje, na sede do sindicato, às 18h, para deliberar sobre os novos rumos da categoria, se irão ceder ou fazer indicativo de greve.

“Ele (Bernal) não falou que se pronunciaria pela imprensa. Tem que ser oficial, assim como mandamos proposta, temos direito a contraproposta, não aceitamos não, queremos o cumprimento da Lei 54011/14, para garantir o piso”, destacou o presidente. Lembrando, que a categoria deseja receber integralmente 11,36% no mês de maio, que é a data base e parcelado os 13,01% em duas vezes, de 6,5%, referentes ao acordado no ano passado.

Ao ser questionado sobre o conteúdo do anúncio pago em rede televisiva, o presidente conta que o gráfico em que diz que os salários dos professores da Capital é um dos maiores do país, não condiz com a realizada, porque a classificação feita foi de professor em final de carreira, com graduações, PH2 na letra H. A referência correta seria a carreira de base, o PH1 – letra A.

“Cobramos o que é justo. Lógico, que não vamos cobrar do prefeito algo que não existe, ele tem que por isso na cabeça. Fora que o Bernal mesmo discursou no ano passado e temos provas dele dizendo que ‘Lei é Lei e serve para ser cumprida’ e, infelizmente, ele mesmo, não está cumprindo”, desabafou.

Sentindo que a prefeitura estaria colocando a população contra a categoria, o presidente da ACP se defende. “Servidor não tem nada a ver com a crise, se é que existe, e não podemos culpar o trabalhador. É errado se posicionar usando o limite prudencial e os gráficos, se alguém tem culpa, são gestores e administradores. Nós somos mais de 12 mil professores, além de outros envolvidos e vamos lutar pela Lei. A ACP luta pelos professores e espero que todas as categorias façam o mesmo. Devemos valorizar o servidor público e não ficar contra os professores”, argumentou.


Lucílio disse ainda, que o prefeito também anunciou que pagou, neste mês, no primeiro dia útil todos os servidores e vai devolver as gratificações, mas que isso seria apenas sua obrigação, assim como, dar o reajuste à categoria. “Sem dúvida alguma, não dá para ficar só na conversa, sempre estamos de portas abertas para dialogar e receber, mas uma hora chegamos ao limite. Em assembleia, vamos definir os novos rumos da categoria, com o sem o posicionamento dele (prefeito)”, concluiu.

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