quarta-feira, 13 de setembro de 2017

‘Só resta aos investigados atacar os investigadores’, diz procurador-geral

Segundo Janot, quando se enfrenta a corrupção, ‘pernas tremem’.

Mais de 70 entidades se unem em campanha contra a corrupção.


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta terça-feira (12) que, diante das provas de corrupção apresentadas pelo Ministério Público, só resta aos investigados atacar os investigadores.
A campanha já está no ar no site “Todos juntos contra a corrupção”. Mais de 70 entidades de todo o país se mobilizaram para reunir ações e projetos educacionais de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Uma rede para receber propostas novas nessa luta e ser replicada por qualquer cidadão e ampliar na sociedade a valorização da honestidade.
“A Lava Jato e essas operações são fundamentais para jogar luz nesse problema. Iniciativas como a de hoje atuam do lado da prevenção, o lado do combate à corrução é permanente, é importante. A Operação Lava Jato é fundamental, deve ser defendida por todos os brasileiros que procuram um país melhor”, disse o consultor da Transparência Internacional Fabiano Angélico.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que é preciso vencer a inércia no combate aos crimes. Afirmou que “muitas pernas tremem” quando se enfrenta a corrupção no Brasil.

“Peço encarecidamente a todos que não considerem normal aquilo aquilo que acontece sempre. A gente está tão submetido a atos que passam a quase banalizar a corrupção no meio de todos nós. Quando todos esses órgãos, públicos ou da sociedade civil, se unem, como aqui com o objetivo comum de combater a corrupção com certeza muitas pernas tremem. Muitas pernas tremem”, disse o procurador-geral da República.

Em recado a quem chamou de “detratores”, Janot disse que não vai retroceder nem desistir do combate à corrupção e atacou a tentativa de desqualificar provas obtidas pelos investigadores.
“Nunca se viu, em toda a nossa história, tantas investigações abertas, tantos agentes públicos e privados investigados, processados e presos. As instituições estão funcionando, as reações também têm sido proporcionais. Como não há escusas pelos fatos descobertos e que vieram à luz, tantos são escancaradamente comprovados, a estratégia de defesa não pode ser outra senão tentar desconstituir, desacreditar a figura das pessoas encarregadas do combate à corrupção. Nós temos que lembrar disso todo dia e fazer saber aos nossos detratores que nós não conjugamos dois verbos: retroceder e desistir no combate à corrupção”, afirmou Rodrigo Janot.
São os últimos dias de Rodrigo Janot à frente da Procuradoria-Geral da República. O mandato dele termina no próximo domingo (17). Até lá, Janot deve fazer novas denúncias: a segunda contra o presidente Michel Temer está em fase final na procuradoria. A defesa de Temer recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que Janot seja considerado suspeito para atuar contra ele alegando perseguição. Janot nega. A corte julga nesta quarta-feira (13) a questão

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