segunda-feira, 17 de abril de 2017

Investigado por intermediar doações a Zeca e Delcídio é fiscal de renda com salário de R$ 34 mil

Investigado pela Operação Lava Jato por suposto envolvimento na coleta de recursos da Odebrecht para o deputado federal Zeca do PT e o ex-senador Delcídio do Amaral, Fadel Tajher Iunes Júnior é fiscal de rendas em Mato Grosso do Sul.
O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o desmembramento e envio do processo contra Fadel Tajher Iunes Júnior para a Justiça Federal de Mato Grosso do Sul, pelo investigado não ter foro privilegiado e não necessitar que o processo tramitasse no STF.
De acordo com a delação do executivo da Odebrecht Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, Fadel foi apresentado pelo ex-governador Zeca do PT e supostamente tralhava como arrecadador da campanha do grupo do então governador. “O colaborador deixa claro que foi o próprio Governador a direcionar Pedro a Fadei Tqjher Iunes Júnior, e que isso corrobora tal percepção, pois Fadel era, na prática, um 'arrecadador' do grupo político do Governador”, consta no processo.
O executivo da Odebrecht explicou que os repasses eram intermediados por Fadel.  "Quando iniciaram os pagamentos, e próximo das eleições, Fadel me procurou para dizer que o Estado estava pronto para fazer os repasses mais substanciais mas que em troca disso precisava que houvesse uma contribuição nossa para a campanha que estava se aproximando. Quem tratou disso foi o Fadel, mas deixando claro que o Governador estava sabendo e o argumento era a contribuição nesse período de campanha", cita o delator.
Leão explica ainda que, posteriormente, foi procurado por Fadel informando que os repasses não seriam mais para Zeca do PT, mas para o ex-senador Delício do Amaral. “Fadel procurou Pedro Leão para dizer que os pagamentos em relação aos demais repasses deveriam continuar, agora em nome de Delcídio”, consta no inquérito.
Fadel Tajher Iunes Júnior é fiscal de renda do Estado cedido ao Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul desde 2006, quando o ex-secretário de Receita José Ricardo Pereira Cabral tomou posse como conselheiro no TCE.  De acordo com o portal da Transparência de Mato Grosso do Sul, Iunes tem remuneração bruta de R$ 34 mil por mês.
O deputado Zeca do PT e o ex-senador Delcídio do Amaral foram citados nas delações por terem recebido da Odebrecht doações eleitorais. De acordo com o STF, Zeca teria supostamente recebido R$ 400 mil em doação para campanha e Delcídio teria supostamente recebido R$ 4 milhões para a campanha ao governo do Estado em 2006.   
Zeca do PT diz que nunca recebeu doação da empreiteira citada e que nunca teve relação alguma, pessoal ou política com o grupo Odebrecht. Zeca afirma que está com a consciência tranquila e que vai aguardar citação do STF. Já Delcídio não se pronunciou sobre o assunto.

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