O fato de um vereador estar trabalhando em um espaço público não significa que ele está fazendo campanha eleitoral, pedindo voto. Mas o entendimento da atual administração da prefeitura de Campo Grande não condiz com o que determina a lei eleitoral, uma vez que espaço público tem sido tratado como privado. Episódio recente que mostra despreparo de quem está à frente da prefeitura ocorreu na tarde de ontem, 29 de agosto, durante reunião no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Semed) sobre educação especial, com ênfase nos alunos autistas.
Mães de alunos autistas, integrantes da Divisão de Educação Especial da Semed, o vereador Eduardo Romero (Rede Sustentabilidade) e advogados discutiam sobre vários assuntos ligados à educação como a contratação de estagiários para lidar com este público, bem como a formação dos mesmos para atuação em sala de aula. Em determinado momento um guarda civil municipal interviu na reunião e pediu ao vereador que se retirasse do local. O argumento foi de que é período eleitoral e o parlamentar não poderia estar dentro da Semed.
Para evitar que a reunião fosse suspensa, Eduardo Romero se retirou e com isto não pode mais discutir o assunto com as mães e a Divisão de Educação Especial como, por exemplo, os dois ofícios (números 177 e 186/2016) que seu gabinete encaminhou para a secretaria questionando sobre contratação de estagiários e preparação dos mesmos para lidar com os alunos especiais.
‘O episódio foi lamentável. A prefeitura está tratando um espaço público como privado. Está colocando as regras que ela acha certo ou conveniente. Eu estava lá como vereador que desde que assumiu o mandato tem trabalhado com estas mães por uma educação especial de melhor qualidade, tanto que temos ofícios não respondidos pela Semed sobre este assunto e iríamos novamente falar sobre o tema’, explica Eduardo Romero.
Eduardo Romero estava na Semed exercendo seu papel de vereador (que como prevê a lei não precisa se licenciar da vereança e continua com suas atividades parlamentares durante a campanha), a convite das mães de alunos autistas e portava ofícios não respondidos pela secretaria para pedir pessoalmente respostas. ‘Questionar políticas públicas não é fazer campanha política, até porque estamos conversando com as mães dos autistas e também com a associação que as congrega há muito tempo. Não caímos de paraquedas no assunto. Nosso mandato é realmente envolvido com a causa. Infelizmente, a visão da prefeitura é pequena e está vendo todo mundo como adversário político e pessoal, ao invés de entender que quanto mais gente trabalhando por causas como esta mais se dá um passo à frente’, finaliza o vereador.
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