Papelada faz a demora para a casa estar pronta à entrega ser de um ano em média
Em Mato Grosso do Sul, empreendedores da Construção Civil confirmam que a retração no Mercado Imobiliário para residências novas é extremamente desanimadora. Zilfa Gomes, que investiu o dinheiro da economia de uma década nessa atividade, o que viabilizou o projeto de comercialização de 50 casas entre 2012 e 2015, desistiu de levantar novos lares para a venda. Agora tenta com muito esforço vender o restante dos imóveis que projetou e migrar a outro segmento mais rentável.
“Não tem margem e nos últimos dois anos ficou pior. Os bancos fazem avaliações dos imóveis onde apontam valores menores que eles realmente valem, e ainda é preciso esperar até dois meses para a análise de uma concessão de financiamento. Nesse período a vida da pessoa pode mudar e aí como fica? O Banco do Brasil e a Caixa ficaram mais rigorosos, além da exigência para a entrada tem inflacionado bastante”, reclama Zilfa, que aponta o problema de demora da liberação dos pagamentos pelos bancos, o que dificultaria no giro do negócio, a operação de reinvestir na construção de outras casas o faturamento obtido com uma venda já concretizada e concluída.
Adão Castilho, também construtor, não pensa ainda em desistir do ramo, mas vê na demora para se vender uma casa pronta o principal problema do segmento. Ele aponta que o prazo de construção varia entre quatro a seis meses, enquanto a burocracia que exige a regularização do imóvel para uma transferência da venda requer cerca de um ano da paciência do empresário deste segmento.
Adão Castilho, também construtor, não pensa ainda em desistir do ramo, mas vê na demora para se vender uma casa pronta o principal problema do segmento. Ele aponta que o prazo de construção varia entre quatro a seis meses, enquanto a burocracia que exige a regularização do imóvel para uma transferência da venda requer cerca de um ano da paciência do empresário deste segmento.
“A burocracia é o grande entrave do setor, a quem atua como pequeno empresário da construção. Ela é a principal vilã, o que desanima o retorno lucrativo e o que tira a margem do investidor em casas com valor entre R$ 90 a R$ 200 mil. São cinco meses para deixar uma casa pronta e sete que fica na demora da papelada. Se este tempo de espera fosse menor poderíamos já estar construindo outras com o dinheiro da venda de uma. Aí em um momento como esse que se fala de tanta incerteza na economia e os empresários passam a ser mais conservadores nos investimentos complica mais ainda”, diz Adão.
Procura continua mas ...
Segundo o corretor de imóveis, Eloi José Stragliotto, o interesse de compradores continua em virtude do alto custo dos alugueis e do sonho de famílias em financiar uma casa própria. Entretanto a adesão desse parlamento mudou significativamente em 2015, e não foi apenas no tempo para a análise de crédito ao pleiteante do Minha Casa, Minha Vida, programa do Governo que impulsionou a comercialização de residências com valores até R$ 170 mil.
“Posso citar o caso de um cliente meu que prefiro não identificar. Com a mudança nas regras de avaliação a parcela precisou ficar em 25% da renda líquida e não 30 % como antes. Com isso essa diferença foi repassada para a entrada o que fez com que a pedida para a adesão do financiamento que ele desejava saísse de R$ 29.500 para R$ 50 mil. Nem todo mundo está capitalizado o bastante a investir logo de cara uma quantia dessas mesmo incluindo o FGTS”, explica Eloi.
O corretor ainda esclareceu que na sua experiência de Mercado tem visto que o Banco do Brasil tem conduzindo as propostas de financiamento para outro tipo de operação nas suas agências e correspondentes bancários, preterindo o Minha Casa Minha Vida.
O corretor ainda esclareceu que na sua experiência de Mercado tem visto que o Banco do Brasil tem conduzindo as propostas de financiamento para outro tipo de operação nas suas agências e correspondentes bancários, preterindo o Minha Casa Minha Vida.
Exceção?
Não foram dois meses, e sim duas semanas que a agente de turismo, de 32 anos, Aline Ferreguetti, precisou esperar a conclusão da análise de concessão do financiamento do Minha Casa, Minha Vida junto à Caixa Econômica Federal. Ela poderá realizar o sonho da casa própria com um imóvel no bairro Nova Campo Grande, região Leste da Capital, pagando uma parcela de aproximadamente R$ 480. O subsídio concedido a ela na operação foi de R$ 17 mil na compra do imóvel avaliado em R$ 120 mil.
“Não sei se fui a exceção à regra mas fico feliz de tudo ter dado certo mesmo em um começo de ano que todo mundo fala de momento ruim da economia, de corte de programas sociais e restrição à crédito. Muita gente me falou que os bancos estavam mais rigorosos, que o programa Minha Casa Minha Vida poderia acabar, só que a minha situação foi de uma análise que durou duas semanas e me concedeu o subsídio máximo possível na aquisição do imóvel. Se essa não for a realidade de todos dei muita sorte”, diz Aline.
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