Empresário é acusado de ter pago propina a Sérgio Cabral
O empresário Eike Batista foi preso por agentes da Polícia Federal logo após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro (RJ), às 9h54 (horário de Brasília) da manhã desta segunda-feira (30).
Eike que era considerado foragido, embarcou de volta ao Rio na noite de ontem, domingo (29). O empresário foi levado de carro pelos policiais para o IML (Instituto Médico Legal), onde fará exames antes de ser preso. Ele ficará detido no presídio Ary Franco, em Água Santa.
O retorno de Eike ao Brasil foi negociado com a Polícia Federal. Investigadores à frente do caso no Rio confirmaram, ontem (29), que esperavam que o empresário se apresentasse nesta segunda-feira às autoridades.
Eike teve seu pedido de prisão preventiva expedido na quinta-feira (26) em decorrência das apurações da Operação Eficiência, desdobramento da Lava-Jato. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, por ter pago US$ 16,5 milhões em propinas no exterior ao ex-governador Sérgio Cabral.
Batista chegou sozinho ao aeroporto JFK, nos EUA, por volta de 21h50 (horário de Brasília) do último domingo, fez check-in e, minutos depois, passou pelo controle de passaporte. Às 22h15, já aguardava o voo dentro da sala de embarque e pouco depois da meia-noite foi rumo à aeronave.
O voo da American Airlines, de número 973, deixou os EUA à 0h45 (horário de Brasília) com chegada programada às 10h30 desta segunda-feira (30) no Rio. "Estou voltando para responder à Justiça, como é meu dever", disse Eike à Rede Globo, emendando que este é o momento de “passar as coisas a limpo”.
"Estou voltando, porque sinceramente vou mostrar como é que são as coisas, simples assim", reforçou Eike. Questionado sobre se mostraria algo que ainda não se sabe, ele evitou o assunto. "Como eu estou nessa fase, me entregando à Justiça, melhor não falar nada. Depois a Justiça e o que for permitido falar, vai acontecer depois, agora não dá", afirmou à reportagem da Globo.
O empresário negou que tenha cogitado fugir para a Alemanha (por conta de também ter cidadania alemã, o que evitaria uma deportação ao Brasil) e disse que viajou a Nova York a trabalho.
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do "O Globo", Eike será levado para um presídio comum por não ter ensino superior. Segundo a reportagem, os advogados do empresário tentaram negociar a ida dele para um presídio especial mas não tiveram êxito.
Eike Batista é acusado, pelo Ministério Público Federal, de corrupção ativa. Segundo os procuradores , em 2011, o empresário pagou R$ 16 milhões e meio de dólares a Sérgio Cabral, o equivalente a 52 milhões de reais.
Na sexta-feira (27), o Jornal Nacional mostrou imagens da saída de Eike do país. Nelas, aparece de calça jeans e paletó preto chegando para embarcar no aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).
Como Eike tem passaporte alemão e o país europeu não tem acordo de extradição com o Brasil, havia a preocupação de que o empresário fugisse da Justiça brasileira.
'Boa vontade' Os investigadores afirmam que o pagamento feito a Cabral por Eike se deu pela "boa vontade" do então governador do Rio com os negócios do empresário. Mas ainda não sabem, ao certo, que vantagens o empresário recebeu em troca dos milhões.
Foto: Henrique Gomes Batista / O GLOBO
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