‘Estamos engolindo estes contratos’, afirma diretor-presidente da Agetran
Anahi Zurutuza
Os contratos com as empresas que operam os radares e lombadas eletrônicas, além da contratação da responsável pelo sistema para dar rotatividade ao estacionamento no centro de Campo Grande, estão sendo revistos pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Dependendo da conclusão dos estudos, o órgão municipal pode romper com a Perkons e o Consórcio Cidade Morena, responsáveis pelos medidores de velocidade, e com a Flex Park.
Para Elidio Pinheiro Filho, o diretor-presidente da agência, as empresas utilizam equipamentos arcaicos e “exploram a população”. “Estamos engolindo estes contratos, mas não o é o nosso papel. Por isso, estamos fazendo um estudo geral, para ver se vale a pena continuar com estes contratos ou refazer”, afirma.
Elidio não deu prazo para a conclusão da análise e nem disse quando vai acontecer o rompimento dos contratos, se for o caso. “Não vamos resolver nada a toque de caixa. Tudo precisa de planejamento”.
Contratos milionários – Donas de contratos milionários firmados com o município na gestão de André Puccinelli(PMDB), a paranaense Perkons e a mineira Flex Park atuam na Capital desde 2003.
Já o Consório Cidade Morena, conforme o que foi encontrado pela busca em diários oficiais oferecida pela página da prefeitura, foi contratada em 2010, na administração de Nelson Trad Filho, hoje no PSB.
Em 2003, a Perkons venceu licitação e ganharia R$ 17.650.324,80 para operar radares por 48 meses (quatro anos). O contrato foi prorrogado diversas vezes e a empresa operou equipamentos por seis anos, recebendo cerca de R$ 300 mil por mês – R$ 21.609.105,35 no total.
A primeira contratação terminou em 2009, mas a Perkons venceu licitação novamente em 2010, receberia R$ 17.715.656,25 para trabalhar por 48 meses novamente, mas, de novo, houve sucessivas prorrogações. O último aditivo foi assinado pelo atual diretor-presidente da Agetran em dezembro de 2015, renovando por 12 meses o período de atuação da empresa.
O grupo Cidade Morena recebe ao menos R$ 600 mil por mês para monitorar e dar manutenção em radares instalados pelo consórcio na Capital, segundo informações que constam no Diogrande.
Já a Flex Park lucra R$ 2 por hora em todos os parquímetros instalados na cidade, durante o horário comercial. São ao menos 2 mil vagas no Centro, portando, a arrecadação é de cerca de R$ 1,2 milhões por mês. A empresa tem a concessão do estacionamento na região central até 2022.
Represália – O diretor da Agetran deu a entender que a revisão das contratações seria um dos motivos pelos quais a Perkons, responsável por 69 radares e lombadas instalados em Campo Grande, teria desativado os equipamentos entre os dias 23 de 26 deste mês. “Por conta destas avaliações, a gente sofre represálias. É assim que funciona”, disse Elidio.
A empresa alega, de acordo com nota oficial enviada na segunda-feira (25), que estava sem receber os pagamentos mensais desde agosto do ano passado, cerca de R$ 2,2 milhões. A prefeitura prometeu pagar e a Perkons religar os medidores de velocidade até as 23h59 desta quarta-feira (27).
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