Funcionários trabalham na construção das casas dos ex-moradores da Cidade de Deus
Dezenas de trabalhadores responsáveis pela construção das casas no Vespasiano Martins paralisaram seus serviços nesta segunda-feira (18). Eles dizem que não receberam o salário combinado pela Prefeitura Municipal de Campo Grande há quase um mês.
No segundo dia de paralisação, os funcionários que se dividem em serventes, pedreiros e carpinteiros, reclamam da demora do pagamento. De acordo com eles, os profissionais recebem a cada 15 dias e sem dinheiro, eles estão com problemas pessoais e até alimentos não estão conseguindo comprar.
Um dos funcionários que não quis ter o nome revelado disse que o município normalmente paga os trabalhadores a cada 15 dias, mas não é o que está acontecendo ultimamente. A testemunha trabalha como pedreiro e recebe um salário de R$ 1,8 mil divido em duas vezes, mas a prefeitura não está pagando segundo ele.
"Estão nos dando apenas alguns vales de R$ 200, queremos o que é nosso direito, que nos paguem R$ 900 a cada 15 dias como era o combinado. Ontem resolvemos parar os serviços, pois já faz quase um mês que não nos pagam nada, temos família para sustentar e não estamos conseguindo", disse.
Aos poucos, os trabalhadores estão se reunindo no bairro. As casas já estão praticamente quase todas prontas, mas ainda faltam alguns detalhes como rebocar o lado de dentro das residências.
As casas em que os serviços estão sendo feitos vão beneficiar parte dos antigos moradores da cidade de Deus, transferidos para o Vespasiano Martins em março deste ano. Na época, o prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), foi ao local e prometeu à população que as casas ficariam prontas em 90 dias e hoje, quase 130 dias após a mudança dos moradores, as casas ainda não foram concluídas.
Ainda conforme os funcionários, o pagamento atrasado seria pago até o final da manhã desta terça-feira (19), mas os trabalhadores dizem que tudo não passou de uma promessa e até às 13h de hoje nenhum dinheiro foi entregue a eles.
Outro lado
A assessoria da prefeitura informou que não contrata pedreiros para atender o bairro. Segundo a assessoria, as obras são de responsabilidade da própria comunidade, que realiza mutirões, com a supervisão de funcionários do município.
* Matéria editada às 15h42 para acréscimo de informações
Nenhum comentário:
Postar um comentário