Após processo do Ministério Público Federal, a Prefeitura de Campo Grande foi obrigada a devolver pouco mais de R$ 14 milhões aos cofres da União, tudo devido ao já conhecido Sistema Gisa
Após processo do Ministério Público Federal, a Prefeitura de Campo Grande foi obrigada a devolver pouco mais de R$ 14 milhões aos cofres da União, tudo devido ao já conhecido Sistema Gisa (Sistema de Gestão de Informações em Saúde), prometido e pago pelo ex-prefeito Nelsinho Trad Filho, hoje no PTB, mas nunca realmente implantado. O município já realiza o pagamento ao Ministério da Saúde, mas os envolvidos no caso - entre eles o próprio Nelsinho e Luiz Henrique Mandetta, ainda não tiveram que desembolsar os valores.
Em julho deste ano, MPF determinou que a Prefeitura de Campo Grande 'punisse' os responsáveis pela do implantação do Gisa, que causou rombo de quase R$ 10 milhões aos cofres do Executivo municipal. O programa foi contratado por Nelsinho durante a sua administração e pelo seu primo, deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM), na secretário de Saúde da Capital.
O programa tinha o objetivo de facilitar o processo de agendamento de consultas, mas jamais chegou a funcionar na rede municipal de saúde. Em 2014, o programa foi alvo de denúncias na Controladoria-Geral da União, que recomendou que a prefeitura devolvesse R$ 8,2 milhões de recursos federais que foram aplicados na criação do programa.
A empresa Telemídia, responsável pelo desenvolvimento do Gisa em Campo Grande já tinha recebido R$ 9.626.898,53, que equivale a 96,43% do total contratado na época e o mesmo contrato chegou a ser renovado por seis vezes, enquanto Nelsinho era prefeito de Campo Grande. Grande parte era verba federal, com contrapartida do município.
Porém, no dia 9 de janeiro de 2015, o Ministério da Saúde fez a correção e determinou que a prefeitura devolvesse R$ 14,8 milhões, no prazo de 30 dias. Mesmo assim, a prefeitura conseguiu fazer o parcelamento. Os recursos começaram a ser pagos pelo prefeito afastado Gilmar Olarte em março deste ano. Porém, mesmo com o município arcando com a dívida, nenhum dos envolvidos foi, até o momento, obrigado a devolver os valores ao Governo federal
Lembre
Em fevereiro, o MPF denunciou Nelsinho e Mandetta e mais 24 pessoas que estavam envolvidas no esquema que causou prejuízo ao município.
Devido a instabilidade política e as guerras judiciais, agosto foi marcado pelo afastamento de Gilmar Olarte e pela recondução do prefeito Alcides Bernal ao cargo. Desde então, após a troca de prefeito, não há informações se a prefeitura conseguiu devolver o recurso para o Ministério da Saúde, considerando que o município tem um déficit de R$ 158,6 milhões nas contas.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa para saber como está o andamento sobre o caso Gisa. Como resposta, foi informado que somente o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, poderia se pronunciar sobre o assunto. Mas o titular não deu uma posição sobre o caso.
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