Pelo menos 200 famílias perderam suas casas
A mineradora Samarco apresentou esta semana o plano de transferência provisória das famílias desalojadas pela enxurrada de lama e detritos de mineração que dizimou a região rural do município mineiro de Mariana, no último dia 5 de novembro, após o rompimento de duas barragens da empresa. O Ministério Público de Minas Gerais estima que pelo menos 200 famílias perderam suas casas.
A apresentação do plano da empresa ocorreu na terça-feira (24), durante reunião com uma comissão de moradores de distritos atingidos pelo acidente, formada oito ex-moradores de Bento Rodrigues, dois de Paracatu de Baixo e três de Pedras, além da presença de representantes do Ministério Público de Minas Gerais e da prefeitura de Mariana.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Mariana disse que, antes de aceitar a proposta, mais moradores serão consultados. Segundo a assessoria, todas as terças e quintas-feiras a Samarco se reúne com a comissão de moradores. Para legitimar a representatividade da comissão, o Ministério Público de Minas Gerais pediu que a prefeitura de Mariana convocasse uma assembleia geral neste sábado (28), com a presença de todas as famílias desalojadas pela lama.
Na assembleia de amanhã, mais moradores podem se candidatar. O grupo escolhido com a presença do Ministério Público vai participar das negociações e representar o grupo.
Atualmente, as famílias desalojadas estão em hotéis e pousadas de Mariana. Elas serão levadas aos poucos para as residências temporárias. As casas serão alugadas no distrito de Mariana pela empresa e não serão a moradia definitiva dessas pessoas.
O cronograma proposto pela Samarco prevê que, a cada semana, 25 famílias devem ser acomodadas em imóveis alugados. O acordo define que todas as mudanças devem ocorrer até fevereiro de 2016. Até o dia 26 de novembro, 39 famílias haviam sido encaminhadas para novas moradias.
Segundo a Samarco, a transferência das famílias vai seguir critérios definidos pelos moradores. Por exemplo, famílias com idosos acima de 65 anos, com crianças, gestantes e recém-nascidos, pessoas com necessidades especiais ou que precisam de cuidados médicos vão ter prioridade para receber a nova moradia. Pelo acordo, a definição da casa de cada família deve considerar a proximidade de parentes, a localização do imóvel e o número de pessoas em cada uma das casas.
As residências provisórias recebidas pelas famílias serão equipadas com móveis, eletrodomésticos, utensílios e enxoval. A Samarco também tem a obrigação de arcar com a alimentação de todas as famílias, até que seja fornecido um cartão para o repasse do auxílio financeiro.
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