quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Banqueiro André Esteves é preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro

Ele foi detido nesta quarta (25) sob suspeita de tentar obstruir a Lava Jato. 

Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, também foi preso.

Adriana Justi e Bibiana DionísioDo G1 PR
André Esteves foi preso no Rio de Janeiro (Foto: Clayton de Souza/Estadão Conteúdo)André Esteves foi preso no Rio de Janeiro (Foto: Clayton de Souza/Estadão Conteúdo)
O banqueiro André Esteves, preso nesta quarta-feira (24), teve atuação no plano para obstruir as investigações da Operação Lava Jato, que investiga um esquema criminoso de corrupção na Petrobras, de acordo com a Procuradoria-Geral da República.

Ele iria participar financeiramente em uma eventual fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, já condenado em ação oriunda da operação. As informações constam no relatório que pediu a prisão no banqueiro.
Além de Esteves, também foram presos o senador Delcídio Amaral e o chefe de gabinete dele. Há ainda um mandado de prisão em aberto contra Édson Ribeiro, advogado de Cerveró.
Por meio de nota, o banco BTG Pactual disse que está  à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários e que vai colaborar com as investigações.
Um dos mais ricos do país
Esteves entrou no banco em 1989 e em 1993 se tornou sócio da instituição. Em 1995, assumiu a chefia da Área de Renda Fixa do banco. Após fundar a BTG no final de 2008, com a recompra do Pactual em 2009, Esteves formou o BTG Pactual.
De acordo com o banco BTG Pactual, André Esteves tem graduação em Ciências da Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo membro do Conselho da BM&FBovespa e da Federação Brasileira de Bancos.
André Esteves chega à Superintendência da PF no Rio (Foto: Reprodução/Globonews)André Esteves chega à Superintendência da PF no Rio (Foto: Reprodução/Globonews)
Em 2012, Esteves foi considerado o 13º brasileiro mais rico, segundo levantamento da Forbes. A fortuna do bilionário estava avaliada em US$ 3 bilhões. Em 2015, a fortuna de Esteves mostrou uma perda de US$ 700 milhões.

Senador do PT
O valor de suas empresas caiu diante de empréstimos e investimentos em companhias afetadas pelo escândalo da Petrobras. Foi a maior queda entre banqueiros no Bloomberg Billionaires Index.
A PF também prendeu o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado. De acordo com as informações, o petista foi preso por estar atrapalhando apurações da Operação Lava Jato. O chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira também foi preso.
Ele foi preso no hotel onde mora em Brasília, o mesmo em que estava hospedado o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai estava hospedado quando foi preso na véspera, dentro da Operação Lava Jato. Bumlai foi preso na 21ª fase da operação, deflagrada nesta terça-feira (24).
O senador Delcídio Amaral (PT-MS), durante sessão ordinária no plenário do Senado em abril de 2015 (Foto: Ana Volpe/Agência Senado/Arquivo)O senador Delcídio Amaral (PT-MS), durante sessão ordinária no plenário do Senado em abril de 2015 (Foto: Ana Volpe/Agência Senado/Arquivo)
A advogado Édson Ribeiro, que defendeu o ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, também teve um mandado de prisão expedido pela Justiça. Até as 10h, a ordem judicial não tinha sido cumprida porque Ribeiro está nos Estados Unidos. A qualquer momento o nome dele pode inserido na lista de procurados da Interpol.
O senador Delcídio teria tentado dificultar a delação premiada de Cerveró sobre uma suposta participação de Delcídio em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A assessoria do senador informou que o advogado dele, Maurício Leite, recebeu uma ligação dele e embarcou de São Paulo para Brasília para acompanhar o caso da sua prisão.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki informou nesta quarta-feira  que a Procuradoria-Geral da República afirmou, em documento enviado à corte, que o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), ofereceu R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada.

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