Ela afirmou que Gilmar sustentava Ronan
Marly Deborah Pereira foi a segunda testemunha ouvida nesta sexta-feira (27) pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva no processo que tem como réus o prefeito afastado Gilmar Olarte e outros dois por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Marly afirmou que trabalhou com Olarte como secretária desde 2013 e que o então vice-prefeito sustentava Ronan Feitosa, que a procurou para mudar o depoimento ao Gaeco.
“Eles eram os mais próximos um do outro. Cheguei a emprestar cheque do meu filho para o Ronan. Ele disse que era para financiar uma viagem de Olarte a Ponta Porã. Ele me prometeu um salário de R$ 4 mil se fizesse isso”.
A secretária afirmou que o gerente do banco chamou o filho dela, estranhando o valor do cheque. “O combinado era que o cheque não entraria na conta do meu filho. O Olarte sempre dizia que era para eu ficar calma, que ele acertaria”.
Marly afirmou que precisou mudar de casa três vezes por conta dos cheques e que o filho mais novo, que era fiador do irmão na faculdade, não pôde mais ser por causa dos cheques sem fundo. O menino precisou deixar a faculdade, ficando depressivo. Ao todo, foi acumulada uma dívida de R$ 30 mil em nome do filho dela.
Os valores, segundo a secretária, eram sempre de R$ 3 mil a R$ 5 mil e que ela via o Ronan passando dinheiro para Gilmar. “Recebi vários conselhos para não depor, dizendo que daqui a 15 dias o Olarte assumiria a Prefeitura e acertaria as contas. Certa vez, o Ronan me procurou dizendo que acertaria a minha vida, do tipo: “você não tem casa, agora vai ter”.
Para isso, Ronan teria pedido a ela para dizer que foi induzida a inventar a história que já havia contado em depoimento. Após a história ser mostrada à imprensa, Ronan a procurou para perguntar do que teria adiantado ela expor a situação.
“Ainda recebi outra promessa de que se alterasse o depoimento, o Olarte ia mandar um advogado para me acompanhar”, contou.
No total, 28 pessoas são esperadas para depoimentos nas oitivas contra Gilmar Olarte, Ronan Feitosa e Luiz Márcio Feliciano. Juntos, eles respondem pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A vice-governadora Rose Modesto estava na lista, mas conseguiu adiar o depoimento dela para 22 de janeiro de 2016. Esta também será a data do depoimento de quem não comparecer hoje.
Segundo Ministério Público Estadual, o trio deve responder por lavagem de dinheiro e corrupção passiva por ter trocado cheque em branco por promessas de cargo e outras vantagens na Prefeitura de Campo Grande.
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