sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Agiota bate boca com advogado de Olarte durante depoimento à Justiça

Ele alega, ainda, que entregou R$ 35 mil a Olarte


Apontado como agiota no processo de corrupção passiva contra o vice-prefeito afastado de todas as funções públicas, Gilmar Olarte (PP), Salem Pereira Vieira foi a última testemunha de acusação a prestar depoimento na período da manhã no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e discutiu com o advogado do pastor, Jail Azambuja.
Inicialmente ele respondeu aos questionamentos feitos pelo MPE (Ministério Público Estadual) e admitiu que eventualmente troca cheques para pessoas mais próximas e conhecia Ronan Feitosa como 'primeiro homem de Olarte', com o qual começou a se relacionar há cerca de 3 anos e, quando percebeu fundo golpista nos atos, decidiu gravar diálogo entre eles.
Sem saber detalhar a data em que faz a filmagem, Salem contou que utilizou caneta e equipamento israelense para o feito. “Quando fui atrás do Ronan senti que ele era mais malandro do que outro. Era 171”. Por isso, quando procurou Olarte recebeu a garantia de que quem faria intermédio para o esquema seria feito por Rodrigo Pimentel, secretário de Governo e Relações Institucionais na gestão do pastor, porém não chegou fazer contato de fato.

“Foi quando muitas pessoas me procuraram para dizer que estavam sendo vítima do golpe”, explicou. Neste tempo também teve contato com o irmão de Ronan, Paulo Cesar, para tratar sobre a questão dos cheques, “mas ele me contou que foi traído pelo próprio irmão porque recebeu um motocicleta de Ronan que a pegou de volta por meio de Boletim de Ocorrência”.
Sem sucesso com os interlocutores, Salem procurou Olarte e conseguiu contato uma vez via telefone. Entregou então R$ 36 mil dentro de um envelope para Ronan levar ao vice-prefeito afastado. “E tomei prejuízo”. Questionado sobre os detalhes da filmagem, ele só soube dizer que foi feito em 2014.
Quando estava com a filmagem em mãos procurou o prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) para mostrar que estava sendo envolvido numa trama golpista. Jail, então, iniciou série de perguntas, mas a testemunha respondia ser forma irônica e sem conteúdo. Houve pequena discussão e o juiz Luiz Claudio Bonassini precisou intermediar o interrogatório. Salem revelou que pagou R$ 5,5 mil pela perícia do vídeo. Depois do depoimento a sessão foi suspensa para o almoço e retorna após às 14h30.
Caso - No total, 28 pessoas são esperadas para depoimentos nas oitivas contra Gilmar Olarte, Ronan Feitosa e Luiz Márcio Feliciano. Juntos, eles respondem pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A vice-governadora Rose Modesto (PSDB) estava na lista, mas conseguiu adiar o depoimento dela para 22 de janeiro de 2016.
Esta também será a data do depoimento de quem não comparecer hoje. Segundo Ministério Público Estadual, o trio deve responder por lavagem de dinheiro e corrupção passiva por ter trocado cheque em branco por promessas de cargo e outras vantagens na Prefeitura de Campo Grande.

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