Autor: Diana Christie, Rodson Willyams e Vinícius Squinelo
No jogo de xadrez que virou a política regional, postulantes avaliam todos os cenários possíveis para assumir a prefeitura
Alcides Bernal não fica mais muito tempo no cargo! Essa afirmação aquece os bastidores da política regional nesta semana. A nova suposta queda do prefeito de Campo Grande é veiculada há semanas, mas ‘tomou corpo’ nos últimos dias. Diferente do que muitos pensam, a saída não seria por via política e sim judicial, sem sequer a participação de vereadores, por exemplo. O problema é que a situação jurídica de Bernal – já mais do que frágil – está ficando insustentável e decisão pode acabar com a dúvida do já chamado prefeito ioiô, aquele que vai e volta.
Detalhes
A dita decisão já estaria pronta para publicação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Caso demore, Bernal ainda tem que responder na Justiça Federal, onde também pode ser afastado, talvez até preso, por desvio na merenda escolar. Além disso, tem contra si pesado relatório da Controladoria-Geral da União, apontando supostas fraudes em compras do município, e seis novos processos no Ministério Público Estadual. Sem contar que o prefeito deve estar passando por apuros, já que está com as contas bloqueadas judicialmente. A capivara só que cresce...
Xadrez
Com a instabilidade da posição de Bernal, processo de Gilmar Olarte no Superior Tribunal de Justiça ganhou importância inesperada. Caso, por exemplo, Bernal caia e Olarte derrube seu próprio afastamento, quem volta a ser prefeito? Ele mesmo, Gilmar Olarte. Se Bernal perder novamente o cargo, mas Olarte seguir afastado, assume o presidente da Câmara. Neste caso, a eleição para presidência da Casa também é fundamental. É um jogo complexo, mas que define o futuro de Campo Grande.
Pra onde correr?
Enquanto isso, a Câmara Municipal decidiu travar de vez a gestão de Acides Bernal e população pode ser prejudicada mais uma vez. O presidente interino, Flávio Cesar (PT do B) decidiu barrar todos os projetos encaminhados pelo Executivo enquanto os salários de servidores comissionados da administração anterior não sejam pagos. A pressão é importante, afinal trata-se de um direito dos funcionários que já amargam três meses sem receber. Mas por outro lado, projetos de interesse público ficam parados por mais tempo.
Só dá ele
Como na primeira vez em que assumiu a prefeitura, Alcides Bernal voltou a ser o tema principal de discussão na Câmara Municipal. Os vereadores só falam dele e acabam deixando assuntos importantes em segundo plano... Como fica a pauta?
Quebra de Decoro
A Comissão de Ética da Câmara Municipal está dormindo ou faz vista grossa com os termos utilizados pelos parlamentares em referência ao chefe do Executivo. Paulo Siufi (PMDB) já chamou Bernal de Shrek - 'é só pintar ele de verde'-; de ‘Deus de Campo Grande’; ‘lunático’; ‘caloteiro’, entre outros. Já Airton Saraiva criou o termo ‘Bernal Infernal’. Está faltando respeito profissional entre os pares.
Sozinho
Integrante do mesmo partido que o prefeito, o vereador Cazuza (PP) tem sido constantemente chamado pelos colegas para interceder junto à prefeitura e buscar providências. Quase isolado na base aliada, o parlamentar antes ‘apagado’ durante as sessões está sofrendo pressão para defender a gestão e começou a usar a palavra com mais frequência.
Na mira
O trabalho do progressista pode aumentar ainda mais nos próximos dias. É que Chiquinho Telles (PSD) planeja abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito, as famosas CPIs. O objetivo é investigar os elementos que compõem a tarifa de ônibus. Segundo ele, Campo Grande deveria ter uma frota própria para atender a população.
Assessor
Com dificuldade em gravar o nome do convidado Valtemir Maia, alguns vereadores receberam uma ‘ajudinha’ de Edil Albuquerque (PMDB), que ficou ao lado do microfone soprando algumas informações. Valtemir representa os servidores que ficaram sem receber da prefeitura, após as exonerações capitaneadas pela nova gestão.
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