Câmara deve convocar os secretários André Scaff, de Finanças, e Wilson do Prado, de Administração, para prestar esclarecimentos sobre a real situação financeira do município
Cobrado pelos profissionais da radiologia - em greve por questões salarias e condições de trabalho - o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Mario Cesar (PMDB), eximiu seus colegas de culpa e afirmou que nada pode ser feito se não há “vontade política” do prefeito Gilmar Olarte (PP). Com a nova crise entre o Executivo e o Legislativo, a Casa de Leis deve "convidar", para dar explicações, os secretários André Scaff, de Finanças, e Wilson do Prado, de Administração.
Para o presidente da Câmara, questões como a reivindicada pelos radiologistas só são resolvidas se houver interesse do executivo. “A falta de ação do executivo não é culpa nossa, os vereadores trabalham diariamente fazendo recomendações a prefeitura, mas ela só atende se for de interesse do prefeito”, criticou.
Em tom duro, Mario Cesar questionou a vontade da prefeitura em resolver certas situações e explicou que se a Câmara pudesse executar, a cidade não estaria “parada há dois anos e meio”. No entanto, o vereador esqueceu de mencionar que pelo menos cinco propostas de CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) estam travadas na Casa, todas para investigar justamente as ações de Gilmar Olarte. (Leia mais)
“Se tivéssemos o poder de executar tenho certeza que Campo Grande não estaria dessa forma, nós não nos escondemos atrás de secretários. Se as nossas reivindicações não são cumpridas não temos culpa, a culpa é do prefeito”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da Casa, o assunto de maior preocupação para os vereadores é aproximação da data base de negociação salarial com os servidores, em maio. “Existe um grande circo no que tange as finanças da prefeitura, como posso manter uma conversa com as categorias mesmo criando uma comissão para negociar salário se não consigo resolver problemas que estão pendentes?”, questionou.
Líder do prefeito na Câmara, vereador Edil Albuquerque (PMDB), disse acreditar na administração de Gilmar Olarte e defendeu “mudanças” no quadro da administração para melhor algumas coisas.
Finanças
Mario Cesar também criticou a postura do secretario André Scaff que teria dito em entrevista que “se não tiver ajuste, não terá reajuste”. Não houve até o momento, qualquer sinalização de que a prefeitura está fazendo os tais ajuste, afirmou ao citar o caso dos cargos comissionados.
“A prefeitura disse que a quantidade de cargos é ínfima e pode até ser, mas tenho certeza que pode contribuir em algum setor que está faltando recurso. Se não tivermos readequação vamos entrar em grande problema”, encerrou.
De acordo com o peemedebista, a cidade está parada há dois anos e meio e nenhum projeto novo foi apresentado. “Os prazos estão vencendo, teremos de refazer todos os projetos e esperar mais cinco anos, por falta de contrapartida do prefeito?”
Para esclarecer a “nebulosa” situação financeira da Prefeitura, o vereador sugeriu a Comissão de Permanente de Finanças da Casa para que convoque antes do dia 15 os secretários André Scaff, de Finanças, e Wilson do Prado, de Administração. “Precisamos saber qual é a realidade sobre as condições financeiras do município, em que patamar está à lei de responsabilidade fiscal e, quanto ao projeto de reajuste, quais serão as consequências para o próximo ano.”
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