sexta-feira, 24 de abril de 2015

Paciente enfurecido rasga documentos de posto de saúde

Descaso

Autor: Anna Gomes

O homem ficou muito nervoso após a demora no atendimento. As denúncias, também aponta que a prefeitura está coagindo os funcionários enquanto trabalham


Foto: Repórter Top
Um homem enfurecido com a demora para ser atendido, rasgou todas as fichas de atendimento dos outros pacientes, na tarde desta quinta-feira (23), no CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Moreninhas III, região sul de Campo Grande.

De acordo com testemunhas, após rasgar as fichas, a guarda municipal precisou conter o homem que estava muito nervoso. Mas ainda segundo denúncias enviadas para o Top Mídia News, a demora no atendimento realmente está acontecendo devido aos cortes que o Prefeito Gilmar Olarte (PP) estaria fazendo na saúde pública municipal.

Conforme a denúncia, o atendimento no local chega a demorar mais de sete horas. Por isso, alguns pacientes acabam perdendo a paciência e tomam atitudes extremas.

"A Guarda Municipal precisou ser acionada e todas as fichas de todos os pacientes foram feitas novamente. Ele não agrediu ninguém fisicamente, mas os guardas o contiveram",  explica um servidor que não quis se identificar.

Ainda segundo a denúncia, é complicado trabalhar, pois a coação por parte da gestão é grande, o que dificulta até no bom atendimento aos pacientes. Testemunhas também dizem que a saúde está um verdadeiro caos e a falta de remédios é algo 'normal'.

 "Agora os centros de saúde possuem 'gerentes comissionados', que com altos salários, ficam coagindo os funcionários o tempo todo. Eles são pastores e missionários, que não entendem nada de saúde, ficam nos postos só para garantir que ninguém fale mal do prefeito", desabafa.

Os denunciantes relatam que os pacientes ficam enfurecidos com a demora e acabam descontado nos servidores, que cansados das agressões, passaram até a entregar um panfleto esclarecendo que a culpa não são deles e sim dos cortes que a prefeitura estaria fazendo.

 
                                                                           Panfleto entregue para a população.


"Antigamente eram quatro médicos, agora apenas três, o panfleto está sendo entregue porque não são todos os pacientes que entendem a demora e descontam a raiva nos servidores, que está sujeito a diversos tipos de agressões", lamenta.



Os cortes nos plantões e  das marmitas para quem está trabalhando também é alvo de reclamação. Os funcionários possuem  uma carga horária e recebem o salário base para cumprir,  mas não existe funcionário suficiente para cumprir 100% do tempo, pois as unidades funcionam 24h.



Os 'buracos' são cobertos com plantões, que é considerado uma hora extra. Existe uma escala que os servidores cumprem para não deixar os desfalques, mas conforme a denúncia, a prefeitura não quer pagar, alegando que está em uma 'crise financeira', que até agora não conseguiu provar.

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