segunda-feira, 27 de abril de 2015

MPF apresenta nova denúncia contra ex-tesoureiro do PT e Renato Duque

João Vaccari Neto e ex-diretor da Petrobras já são réus na Justiça Federal.

MPF diz que eles cometeram 24 atos de lavagem de dinheiro em 3 anos.

Bibiana DionísioDo G1 PR
BDBR - João Vaccari Neto e Renato Duque (Foto: Rede Globo)João Vaccari Neto e Renato Duque são denunciados
novamente pela Lava Jato (Foto: Rede Globo)
O Ministério Público Federal do Paraná (MPF) apresentou nesta segunda-feira (27) uma nova denúncia contra o tesoureiro afastado do PT, João Vaccari Neto, e contra o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.

Eles e mais o executivo Augusto Mendonça, do grupo Setal Óleo e Gás foram denunciados por 24 atos de lavagem de dinheiro correspondente a R$ 2,4 milhões, a partir de informações da Operação Lava Jato.

Augusto Mendonça é um dos suspeitos investigados que firmou acordo de delação premiada para repassar informações sobre o esquema bilionário de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras e outros órgãos públicos. A denúncia ainda precisa sere aceita pela Justiça Federal (JF) para que o trio vire réu em um novo processo.
Esta não é a primeira denúncia contra Vaccari e Duque e está relacionada a 12ª fase da Operação Lava Jato. Conforme a denúncia, parte da propina paga pelo grupo Setal Óleo e Gás a Renato Duque foi direcionada a uma editora a pedido de Vaccari. A responsabilidade criminal de pessoas vinculadas à gráfica será apurada em investigações específicas, de acordo com o MPF.
Na tentativa de dar a aparência de legalidade à movimentação, empresas do grupo Setal, Setec e SOG assinaram dois contratos falsos com a editora.
O MPF argumenta que não houve prestação de serviços e que foram  emitidas notas frias.

Os procuradores envolvidos na força-tarefa da Lava Jato pediram a condenação dos réus à restituição de R$ 2,4 milhões, bem como ao pagamento, a título de indenização, de mais R$ 4,8 milhões.

Além disso, a pena para o crime de lavagem de dinheiro é de três a dez anos de prisão. A pena aplicada será aumentada de um até dois terços em razão da reiteração dos crimes e de terem sido praticados por organização criminosa.

As prisões de Duque e Vaccari
Renato Duque está preso desde março deste ano, em Curitiba, quando foi deflagrada a 10ª fase da Operação Lava Jato – esta etapa foi batizada de "Que país é esse". De acordo com os policiais, o nome faz referência a uma frase dita por Duque quando foi preso pela primeira vez, em novembro de 2014. Ele foi liberado após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Duque voltou a ser preso devido movimentações de dinheiro depositado em contas no exterior. De acordo com a Polícia Federal, 131 obras de arte foram apreendidas na casa do ex-diretor.
O ex-deiretor da Petrobras chegou a ser levado para Brasília para prestar esclarecimentos na CPI da Petrobras. Ele, entretanto, ficou calado. Ele apenas negou conhecer o doleiro Alberto Yousseff  - considerado o líder do esquema de corrupção na Petrobras - e disse que vai provar a origem dos bens apreendidos pela Polícia Federal.

Já Vaccari, que de acordo com a Polícia Federal e com o MPF, desempenhava o papel de operador do esquema, foi detido em meio à 12ª fase. Neste momento, o foco da Operação Lava Jato foram depósitos suspeitos realizados na conta bancária de familiares do ex-tesoureiro, além do uso da gráfica para intermediar doações de camapnha fictícias ao PT.

Desde que surgiram as denúncias, no ano passado, Vaccari tem negado a participação dele e de familiares no esquema. O G1 tentou entrar em contato com o advogado de Vaccari, Luiz Flávio D'Urso, nesta manhã, porém, ele não atendeu à ligação.
Arte - Operação Lava Jato 12 fase João Vaccari Neto (Foto: Arte/G1)


























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