terça-feira, 21 de abril de 2015

Levy afirma que humor do mercado melhorou, mas não diz se pior passou

Ministro da Fazenda se encontrou com representantes de agência de risco.

'Acho que está um clima mais positivo em relação ao Brasil', disse Levy.

Alan SeverianoDa TV Globo, em Nova York

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira (21), em Nova York (Estados Unidos), onde se encontrou com investidores e com representantes da agência de classificação de risco Standard & Poor´s (S&P), que o humor do mercado internacional melhorou com o Brasil, mas não garantiu, porém, que o pior momento da economia já passou.
Ao fazer um balanço de sua visita aos Estados Unidos, Levy disse que ela foi "produtiva". O ministro retorna na tarde desta terça-feira (21) ao Brasil após participar da reunião de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington, da reunião dos BRICs (Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul), de falar com investidores em Nova York, com agências de classificação de risco e de conceder várias entrevistas para a mídia internacional.
"A gente tem ouvido muitas pessoas. Acho que está um clima mais positivo em relacão ao Brasil, mais confiança em relacão às medidas que vêm sendo tomadas pela presidente Dilma, bastante expectativa em relação à votação no Congresso das medidas para o ajuste fiscal, e o interesse de ver a consolidacão", declarou Levy a jornalistas.
Segundo ele, para os investidores iniciarem os investimentos, as perspectivas para o país são muito importantes. "Certamente, há um período de ajuste no momento, mas com boas perspectivas de crescimento mais à frente. Se nós conseguirmos as condições corretas de investimento dos brasileiros e da comunidade internacional", disse o ministro da Fazenda.
Questionado pela TV Globo se o pior momento da economia já passou, o ministro disse que poderia responder somente que "o melhor ainda esta por vir". "A gente vai ter que trabalhar bastante, mas a gente vai ter crescimento e volta de emprego. Agora, a gente tem de completar o ajuste fiscal antes disso e preparar as bases para esse novo crescimento. E isso é uma dessas coisas: ter financiamento, diminuir o risco dos projetos, que alguns chamam de agenda micro. Tudo isso vai junto para permitir ao Brasil ter esse novo ciclo de crescimento em novas bases, mais competitivas", afirmou.
Standard & Poor´s
A S&P, cujos representantes se encontraram com o ministro Levy nesta terça-feira, manteve, em março, em "BBB-", com perspectiva estável, a nota de crédito de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira. O patamar é o mais baixo dentro do grau de investimento. Na ocasião, a agência de classificação de risco informou que avaliação reflete a expectativa de que o ajuste fiscal em andamento "vai continuar recebendo apoio da presidente Dilma Rousseff e do Congresso, restaurando gradualmente a credibilidade política perdida e abrindo caminho para uma perspectiva de crescimento mais forte no próximo ano".
Petrobras e concessões
Durante sua visita aos Estados Unidos, o ministro da Fazenda também declarou, nos últimos  dias, que a divulgação do balanço auditado da Petrobras, na quarta-feira (22), vai marcar um passo na reconstrução da empresa.
Também falou que o novo conselho da estatal deve ter profissionais da iniciativa privada para fiscalizar a Petrobras. "A expectativa é que, em dois dias, a Petrobras vai superar a questão do balanço auditado e isso vai ser muito bom", disse.
O ministro também disse que a governança e a fiscalização da Petrobras devem melhorar com a entrada de profissionais da iniciativa privada no conselho da empresa.
Antes disso, o ministro também tinha anunciado, durante coletiva com jornalistas neste sábado (16), em Washington, que o governo brasileiro planeja lançar, em algum momento no mês de maio, um novo programa de concessões de infraestrutura.
"Nosso plano é apresentar, nas próximas semanas ou meses, uma visão global das áreas que estão disponíveis para concessões. Isso toma tempo. Alguns dos programas estão mais avançados, outros menos. As pessoas podem esperar uma visão geral. Provavelmente, em algum momento em maio, devemos ter isso pronto", declarou o ministro da Fazenda durante entrevista coletiva.
O ministro avaliou ainda que é importante ter mecanismos para financiar os projetos e que, para isso, está sendo feito um acordo com o Banco Mundial (Bird) para ajudar nesse processo.

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