segunda-feira, 6 de abril de 2015

Proteco acumula dívida de R$ 20 milhões e pode ter bens penhorados

A empreiteira de João Amorim é detentora de contratos milionários como as obras do Aquário do Pantanal e tapa-buracos na prefeitura de Campo Grande

Autor: Diana Gaúna

Aquário do Pantanal é uma das obras tocadas pela empresa (foto: Geovanni Gomes/arquivo)
Mesmo sendo detentora de inúmeros contratos milionários com o Governo do Estado e com a Prefeitura de Campo Grande, a Proteco Construções - do empresário João Amorim - está sendo cobrada judicialmente por uma dívida de R$ 20 milhões, sob pena de ter seus bens penhorados. A ação n. 0810070-11.2015.8.12.0001 de Execução de Título Extrajudicial é movida pelo Banco Rural e corre na 9ª Vara Cível de Campo Grande.

Conforme movimentação processual datada de 30 de março de 2015 - disponibilizada pelo sistema online do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) - João Amorim e sua empreiteira Proteco têm três dias, a partir da notificação, para realizar o pagamento do débito.

Em caso contrário, o juiz determinou a imediata penhora dos bens de Amorim e sua esposa, Cristina Cortado Amorim, bem como acréscimo no valor dos honorários advocatícios, que subirão para 10% sobre os R$ 20 milhões, ou R$ 2 milhões. Da decisão, cabe recurso.



Contratos milionários de obras

O empreiteiro João Amorim e sua empresa, a Proteco Construções, acumulam uma carteira invejável de obras junto às administrações Estadual e Municipal de Campo Grande. Entre as obras milionárias tocadas pela Proteco estão o Aquário do Pantanal e os serviços de tapa-buracos da prefeitura.

Para se ter uma ideia do valor movimentado por João Amorim, o site nacional Brasil Notícia, divulgou recentemente que somente no período de 03 de fevereiro de 2010 a 16 de abril de 2014 – segundo mandato de André Puccinelli (PMDB) como governador de MS -  o Estado contratou obras da Proteco em valor superior a R$ 300 milhões.


A contradição é que, mesmo com milhões em contratos, Amorim está sendo processado pelo Banco Rural acusado de uma dívida vultosa no valor de R$ 20 milhões. Na imprensa local, o empreiteiro tem responsabilizado Puccinelli por suas eventuais ‘dificuldades financeiras’.

Na Ação Penal 573 - que apura o suposto crime de lavagem de dinheiro e ocultação de bens que teria sido praticado por Puccinelli - movida pelo MPF (Ministério Público Federal), Amorim é apontado como caixa de campanha do ex-governador, junto com Eolo Ferrari, desde os tempos da gestão de Puccinelli na prefeitura de Campo Grande (1997 a 2004), quando a Engecap, MBM e AS ganharam obras que teriam sido direcionadas.

Já o Banco Rural, sofreu intervenção em agosto de 2013 por “graves violações às normas legais que disciplinam a atividade”. Na época, a instituição financeira era dirigida por Liliana Scaff Fonseca, mulher do ex-secretário municipal de Obras da gestão Nelsinho Trad (PMDB), João Antônio De Marco e irmã do atual secretário de Finanças e Planejamento da gestão Gilmar Olarte (PP), André Scaff.


João Amorim é ainda irmão da ex-mulher de Nelsinho Trad, a atual deputada estadual, Maria Antonieta Amorim (PMDB).

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