sábado, 4 de abril de 2015

Deputados federais eleitos por MS receberam mais de R$ 1 milhão de empresas da Lava Jato

Foto: Geovanni Gomes / Arquivo Top Mídia News

Integrantes da bancada sul-mato-grossense declaram valores na prestação de contas da Justiça Eleitoral

Foto: Geovanni Gomes / Arquivo Top Mídia News
Deputados federais eleitos por Mato Grosso do Sul receberam mais de R$ 1 milhão em doações de campanha de empresas envolvidas no escândalo da Operação Lava Jato somente nas eleições de 2014. Entre eles estão dois petistas e um pedetista. As informações constam na prestação de contas dos parlamentares, disponibilizada pela Justiça Eleitoral.

O deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) foi quem recebeu o maior montante de R$ 435,7 mil, sendo R$ 100 mil da Queiroz Galvão, R$ 10,7 mil da UTC Engenharia, R$ 200 mil da Andrade e Gutierrez e R$ 125 mil da Engevix.

Em seguida aparece o deputado federal Vander Loubet (PT) com R$ 327,2 mil em doações, sendo R$ 126,2 mil da Engevix e R$ 201 mil Andrade e Gutierrez.

Zeca do PT também integra a lista, com R$ 240 mil recebidos das empresas da Lava Jato, sendo R$ 115 mil da Andrade e Gutierrez e R$ 125 mil da Engevix.

Outro petista que aparece recebendo vultosas doações das referidas investigadas, mas que não conseguiu se reeleger é Antônio Carlos Biffi. Ao todo foram 425,7 mil, sendo R$ 100 mil da UTC Engenharia, R$ 200,7 mil da Andrade e Gutierrez e R$ 125 mil da Engevix.

A Operação Lava Jato foi deflagrada em março de 2014 e investiga um esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobrás, grandes empreiteiras e políticos. Até agora o relator do caso, o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de investigações contra políticos de seis partidos PT, PSDB, PMDB, PP, SD e PTdoB. A lista de investigados inclui 50 nomes, entre eles os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB) e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Da Petrobrás

Na prestação de contas dos candidatos eleitos aparece como doadora de campanha outra fornecedora da Petrobrás, que está fora das investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal. A Cosan Lubrificantes.

Na relação das receitas, disponibilizadas pela Justiça Eleitoral, é possível identificar que a Cosan doou R$ 300 mil para parlamentares da bancada sul-mato-grossense, sendo R$ 200 mil para a deputada federal Tereza Cristina (PSB), R$ 50 mil para o deputado federal Carlos Marun (PMDB) e R$ 50 mil para o deputado federal Geraldo Resende (PMDB).

A Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A é de propriedade do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, conhecido como o Rei do Etanol. A empresa foi a maior doadora do setor sucroenergético nas eleições de 2014, tendo despendido de seus cofres R$ 9,3 milhões para alavancar políticos a ocupar cargos públicos em todo o país. Entre seus preferidos mais famosos estão Marina Silva (PSB) que recebeu R$ 1 milhão e Aécio neves (PSDB) com R$ 800 mil.


Além disso, o dono da Cosan - Rubens Ometto - é acusado pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Combustíveis da Câmara de Goiânia de fazer parte de um cartel para aumentar o preço dos combustíveis. Também chegou a ser listado pela junto com seu irmão, Celso Silveira Mello Filho, por manter 28 trabalhadores em regime de trabalho escravo na Fazenda Tarumã, em Santa Maria das Barreiras (PA).

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