Autor: Diana Gaúna
Eles denunciam que a Sesau ao invés de mandar remédios manda instruções para mentir e que função de gerente de posto é cuidar para ver se estão mentindo
Servidores da unidade de saúde do Coronel Antonino denunciaram a reportagem do TopMídiaNews a falta de medicamentos. A informação chegou após a reportagem publicar matéria sobre confusão na farmácia do posto de saúde do bairro Guanandi que ocorreu na semana passada.
A lista fornecida pelos funcionários informa 11 medicamentos em falta, 4 medicamentos que estão em falta na rede e que ainda tem a unidade de saúde, e 2 medicamentos controlados em falta. (foto)
Segundo eles, a Sesau já foi acionada, mas o problema não é resolvido e vem se arrastando há tempos. “É um absurdo. A gente cobra, mas essa situação não se resolve nunca. Não é de hoje que falta medicamentos. E agora ainda ficamos expostos a essas possíveis agressões. A Sesau precisa fazer alguma coisa”, reclamou uma funcionária que não quis se identificar.
Na lista estão os medicamentos bisacodil, dimeticona, glibenclamida, ivermectina, nistatina solução, nitrofurantoína, omeprezol, penicilina, prednisona, amoxilina suspensão, complexo B, dexametasona creme, estrogênios conjugados, ratinidina, sulfato ferroso, fluoxetina, fenitoína.
“Não temos nenhuma penicilina infantil. A cefalexina está em falta. Não tem benzetacil de 600000. A maioria desses tratamentos é caro. Hoje uma cefalexina infantil custa em média R$ 40. É um tratamento que pode levar até cinco frascos. O que acontece é que o usuário desiste e acaba não tratando a criança, que volta pior”, explicou a funcionária.
Outros postos
Funcionários de outros postos de saúde – que também pediram para não ser identificados – disseram à reportagem que a CAF (Coordenadoria de Assistência Farmacêutica) nunca tem uma resposta concreta.
“Eles vão passando os medicamentos conforme chega. Tem remédio como o glibenclamida, para diabetes, por exemplo, que está em falta há oito meses”, reclamou um funcionário.
“As instruções vem sempre da Sesau para dizer para o paciente vir na outra semana que está chegando. Na verdade as instruções são para mentir. E a função da gerente do Posto é cuidar pra ver se os farmacêuticos estão mentindo. E ‘ai’ dos farmacêuticos se disserem que o medicamento está em falta”, revela outro servidor.
“Teve uma vez que uma paciente foi na Sesau denunciar um farmacêutico nosso. E a Sesau teve coragem de dizer que não tinha remédio porque o farmacêutico não tinha pedido”, afirmou.
Confusão
Na semana passada uma confusão atraiu a atenção de pacientes no CRS (Centro Regional de Saúde) do Guanandi.
Uma mulher não identificada se exaltou com os funcionários do local e começou a derrubar medicamentos e destruir objetos da farmácia do posto de saúde.
Segundo uma testemunha que preferiu não se identificar, a mulher solicitou ao médico que receitasse um medicamento para a hipertensão que pudesse ser adquirido em uma farmácia particular e recebeu a prescrição para Aradois, nome fantasia para Losartan.
No entanto, a receita foi encaminhada para a paciente sem a especificação da dosagem e ela precisou retornar ao posto de saúde. Chegando ao local, o médico que a atendeu havia terminado o turno e ela precisaria realizar nova ficha para ser consultada com um médico plantonista.
Exaltada, a mulher se dirigiu à farmácia para retirar a medicação e acabou discutindo com o farmacêutico de plantão, pois ele se recusou a aceitar a receita que não atende as normas do SUS (Sistema Único de Saúde). Irritada com a situação, ela começou a derrubar os medicamentos e destruir os objetos que encontrava.
Um membro da guarda civil e outros funcionários tentaram controlar a situação, mas sem sucesso. Arrependida, a mulher começou a chorar e os servidores desistiram de registrar o boletim de ocorrência. Durante o surto, a mulher destruiu as últimas unidades de alguns medicamentos que já estão em falta na rede pública.
Lista de medicamentos em falta. Foto: Repórter Top
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