Pacientes reclamam de falta de atenção da rede pública de Saúde de Campo Grande
Pacientes diabéticos estão revoltados e denunciam a falta de agulhas e seringas para a aplicação do medicamento nos postos de saúde de Campo Grande. Segundo eles, a Prefeitura Municipal da Capital não está disponibilizando os materiais necessários para quem sofre com a doença.
Eloná Sernajoto, 56 anos, precisa aplicar insulina três vezes ao dia e também usa de fitas para medir o nível de glicemia. Porém, denuncia que as unidades de saúde de Campo Grande não estão mais fornecendo nem as seringas, muito menos as fitas.
"Preciso fazer três vezes ao dia e já tem aproximadamente dois meses que estou indo atrás nos postos e não encontro. Os funcionários apenas nos olham e dizem que não tem e que não podem nos fornecer. Moro na região do Caiçara e lá acabou acabou faz tempo, me falaram para ir até o CEM (Centro de Especialidades Médicas), que por ser uma área central, talvez eu poderia encontrar e nada. Estou há dias sem me medicar corretamente por falta de dinheiro para comprar o que seria dever do município nos fornecer. Está um descaso total", desabafou.
A aposentada Georgia Cardoso, 67, mora no Bairro Nova Bahia, região norte da Capital, e sofre do mesmo problema: falta das seringas e fitas. A idosa ressalta que já foi no posto do bairro onde mora e também na UBS do Estrela Dalva e não encontrou os materiais. Como ela precisa aplicar insulina duas vezes ao dia, acaba tirando do próprio orçamento, um dinheiro que faz falta.
"Agora precisamos parar de comer para comprar seringas. Quando somos diabéticos precisamos nos alimentar de forma saudável, mas como vamos conseguir comer bem e ainda comprar as seringas e as fitas ganhando apenas uma pequena aposentadoria", questiona.
A aposentada disse que para conseguir arcar com todos os custos depende da ajuda dos filhos, mas as fitas são caras e confessa que não está se cuidando da forma que deveria por falta de recursos. Sem a fita, a idosa toma insulina de acordo com os sintomas, mas sabe que corre riscos ao se medicar sem saber a quantidade correta. “Sou diabética há 12 anos e há dois fui orientada pelo médico a fazer a medição. A diabetes é uma doença meio incontrolável e, sem a fita, a gente fica desorientada”, lamentou.
A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), que respondeu que será aberta licitação para a compra dos produtos.
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