Mais provas podem ser acrescentadas na investigação, segundo Humberto Brittes
Mayara Bueno e Leonardo Rocha
“Esse relatório é apenas uma formalidade, um norteamento para que possamos adicionar novos fatos à investigação”
No fim de março até, no máximo, a primeira quinzena de abril, as investigações da Coffee Break serão concluídas, afirmou, nesta quarta-feira (24), o procurador-geral do MPE (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), Humberto Brittes. Ele foi à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta manhã para apresentar um projeto para eleição de procurador do Ministério Público.
A operação investiga se houve esquema de compra de votos na cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), pela Câmara Municipal, em março de 2014. No fim do ano passado, o coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Marcos Alex Vera, que conduz a apuração, entregou o relatório com as informações.
Segundo Brittes, a fase atual é de análise deste documento final. Neste período, acrescenta, mais pessoas podem ser ouvidas.
“Esse relatório é apenas uma formalidade, um norteamento para que possamos adicionar novos fatos à investigação”, disse. Depois disso, o MPE tem duas opções: entregar denúncia ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) ou arquivar as investigações, caso entenda não ter provas suficientes.
Questionado se a investigação pode decidir tirar algum fato ou elemento da apuração, o procurador afirmou que a tendência é que novos fatos e mais provas sejam acrescentadas, não o contrário.
Sobre a Operação Lama Asfáltica, que apura desvio de dinheiro em obras do Estado, Humberto Brittes afirmou que a investigação está “em pleno andamento” e não tem previsão de conclusão. “Os promotores são independentes para conduzir as investigações”, disse.
Ele prometeu que, assim como a Operação Lava Jato, que ocorre em âmbito nacional e já resultou até em prisões, ambas as investigações no âmbito do Estado e Campo Grande terão resultados, “de acordo com as ações e provas coletadas”.
Operações - Tanto a Coffee Break quanto a força-tarefa do MPE nasceram do compartilhamento de provas da operação Lama Asfáltica, realizada em 9 de julho pela PF (Polícia Federal). O alvo foi desvio de dinheiro em obras com recurso federal, o esquema envolvia empreiteiros, servidores e a cúpula da ex-gestão estadual.
Já a operação Coffee Break foi deflagrada em 25 de agosto e resultou, de imediato, no afastamento do então prefeito de Campo Grande,Gilmar Olarte (PP), e do presidente da Câmara Municipal, vereador Mario Cesar (PMDB). A operação, que ainda deteve empresários e vereadores, surgiu após a imprensa divulgar gravações da ação da Polícia Federal. Lá, a senha para a propina seria a expressão “tomar um cafezinho”.
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