O ex-motorista do prefeito afastado Gilmar Olarate admitiu nesta terça-feira(17) em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Repressão do Crime Organizado (Gaeco) que foi pressionado pelo atual prefeito Alcides Bernal (PP) a mentir em depoimento que prestou em setembro de 2015 aos promotores que investigam suposta compra devotos para garantir cassação de Bernal em 2014.
Segundo Fabiano, ele teria mentido em troca do cargo na Câmara e também do pagamento da rescisão da mãe,que havia sido demitida do cargo de diretora do Instituto Mirim.
Além do novo depoimento de Fabiano, que coloca o prefeito Acides Bernal na mira da investigação já que a testemunha o acusa de coação e ameaças, a divulgação de um áudio que traz conversa entre o ex-motorista e um advogado ligado ao prefeito Alcides Bernal (PP), revela indícios de que depoimento pode ter sido manipulado.
Na conversa, Fabiano de Oliveira Neves discute com advogado informações que ele iria repassar ao Grupo de Atuação Especial de Repressão do Crime Organizado (Gaeco) em depoimento. Fabiano é orientado pelo advogado a dizer que viu o ex-governador André Puccinelli (PMDB) entrando em uma chácara que pertence ao então secretário de governo da gestão de Olarte, Rodrigo Pimentel. O ex-motorista, entretanto, admite, em trecho da conversa, não ter presenciado a cena.
Como o depoimento de Fabiano, que procurou Ministério Público Estadual para depor voluntariamente, foi um dos subsídios utilizados para calçar a abertura da Operação Coffee Break, as novas informações que vieram à tona com diálogo divulgado entre ele o advogado de Bernal colocaram pontos de interrogação no caso para alguns vereadores, em especial, entre alguns investigados.
Para Paulo Siufi (PMDB), é preciso que nova informação seja apurada. "Eu confio no trabalho do Ministério Público, mas as denúncias são graves, eu não ouvi os áudios, mas lembro que na época, o MPE negou ao meu advogado algumas informações do processo. O motorista foi voluntariamente depor contra Olarte, e agora surge essa conversa, então acho estranho e quero que seja investigado."
Assim como Siufi, o vereador Chiquinho Telles (PSD) se disse surpreso com fato, mas defendeu nova apuração."Tudo pode acontecer, acho estranho essa mudança do depoimento, mas a Justiça está para isso. Agora é preciso, sim, investigar mais a fundo, tem muito coisa por trás disso tudo que não foi dita, que precisa vir à tona".
Já o vereador Eduardo Romero (Rede) amenizou situação e para ele, independente do que seja revelado na Operação Coffee Break, a cassação de Bernal, em março de 2014, que é objeto inicial da investigação, foi legítima. "Sei o que eu disse, votei a favor da cassação e não recebi nada por isso, nem sei porque começou tudo isso, a improbidade administrativa do Bernal era visível, a cassação foi legítima".
Ao contrários dos vereadores da oposição, aliados de Bernal na Câmara evitaram comentar o assunto. Luiza Ribeiro (PPS) e Cazuza (PP) disseram não ter lido reportagem que trata do caso e afirmaram desconhecer áudios.
Resposta do Gaeco
O promotor do Gaeco, Marcos Alex Veras de Oliveira, disse à imprensa nesta manhã que as informações estão desencontradas, já que Fabiano não citou no depoimento realizado em 2015 o nome do ex-governador André Puccinelli, e afirmou que o depoimento dele é apenas uma parte de todo um quebra cabeça.
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