Autor: Rodson Willyams
Apesar de ninguém acreditar na 'santidade' de Olarte, ele preferem deixar para a Justiça decidir sobre o assunto
'Sem comentários'. Essa foi a postura adotada pelos vereadores ao falar sobre investigação que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e apura as denúncias referente a Operação Adna, com o prefeito afastado Gilmar Olarte investigado por crimes de corrupção passiva, lavagem e continuidade delitiva.
Apesar de ninguém acreditar na 'santidade' do prefeito afastado, a maioria prefere deixar para a Justiça decidir sobre o caso. O vereador Carlão (PSD) foi o único que afirmou que se arriscou a tecer um comentário. Segundo ele, Gilmar Olarte 'não é santo' e a versão dada por Ronan Feitosa, ex-assessor da prefeitura - de que havia cheques falsos - é verdadeira.
"Não posso falar muita coisa até porque eu não sei. Mas, por exemplo, sobre os cheques falsos: o dono de um deles me disse que eram falsos. Ele me mostrou uma folha do Banco do Brasil. Daí ele me disse que nunca teve conta neste banco. Pelo que eu sei, ao todo há quatro folhas, mas eu só vi uma. Mas vamos deixar a Justiça analisar o caso", comentou.
No entanto, os demais parlamentares ouvidos pelo TopMídia News evitou comentar o assunto. "Vejo que isso é uma questão do Ministério Público e da Justiça. Não vou me manifestar porque a decisão é única e da Justiça. Vamos apenas aguardar", declarou o presidente da Casa de Leis, vereador João Rocha, do PSDB.
A mesma linha também foi adotada pelo vereador Alex do PT, ex-aliado do prefeito Alcides Bernal, do PP. "É complicado falar alguma coisa. Eu não tenho que entrar em um debate desse. Isso é muito complicado de falar, quem escolheu o vice foi ele, [o Bernal] devia ter cuidado".
O vereador Chiquinho Telles, do PSD, também afirmou que "Justiça está fazendo o seu trabalho e vamos esperar os desdobramentos". Mesmo discurso ouvido pela reportagem feita pelo vereador Chocolate (PTB). "A Justiça está fazendo o papel dela, de mostrar o que realmente aconteceu, de mostrar a verdade. Se forem ou não eles, uma providência deve ser tomada. Eu confio na Justiça".
A vereadora Luiza Ribeiro, do PPS, ouvida pela equipe também destacou que o assunto não foi aprofundado na Câmara Municipal. "Lá não se aprofundou as investigações. Mas agora nós temos que aguardar o processo", finalizou.
O caso
O processo que tramita no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, aberto pelo Ministério Público Estadual, por meio de investigação do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), aponta o atual prefeito progressista Gilmar Olarte como o principal articulador de esquema onde é investigado por corrupção passiva, continuidade delitiva e lavagem de dinheiro.
Nos autos do processo, Olarte junto com Ronan Edson Feitosa de Lima - ex-servidor comissionado da prefeitura, mas que nunca foi visto no cargo - foram acusados de emprestar cheques de terceiros assumindo o compromisso de pagá-los logo após a cassação do prefeito Alcides Bernal.
Ronan seria servidor público comissionado nomeado na época do então prefeito Alcides Bernal. Ele junto com Olarte, na época vice-prefeito de Campo Grande, utilizavam o gabinete do prefeito para obter 'vantagens' em benefício próprio. Empresários chegaram a denunciar e a demonstrar descontentamento devido a conduta dos dois.
Conforme o processo, Olarte estaria arrecadando dinheiro em troca de 'vantagens na futura' administração, com empréstimo por meio de folhas de cheques para 'fazer o golpe político'. As pessoas que chegaram a emprestar o cheques seriam fiéis da Igreja Assembleia de Deus Nova Aliança que teria como fundadores Ronan e o prefeito, que ainda exerce a função de pastor.
Depoimento
Durante o depoimento, realizado na semana passada, Olarte detalhou com precisão qual era a sua relação com o ex-servidor da prefeitura, Ronan Feitosa. Para ele, o mesmo foi usado como massa de manobra para lhe prejudicar. "Seria como a estratégia em novembro de 2013", comentou.
Olarte afirmou que conhecia Ronan da igreja e que ele havia dado problema lá - a qual o prefeito afastado era pastor. Para a Justiça, o Gilmar Olarte garantiu que, assim que assumiu a administração, exonerou Ronan imediatamente dos quadros da instituição devido a sua conduta inapropriada durante o processo eleitoral.
Ao desembargador Luiz Cláudio Bonassini, o prefeito afastado ainda disse que nunca viu Ronan receber cheques. E segundo ele, Ronan era um homem 'impulsivo e tomava medidas precipitadas'.
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