Proposta tem entre seus 10 pontos o fortalecimento de operações de busca.
Ação de proteção a fronteiras terá orçamento e navios dobrados.
A Comissão Europeia apresentou aos ministros reunidos em Luxemburgo nesta segunda-feira (20) um plano de 10 pontos de ação imediata para aliviar a crise de imigrantes no Mar Mediterrâneo. Entre as ações está o fortalecimento das operações de busca e resgate, segundo o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maiziere.
As propostas, definidas durante a reunião de crise convocada em caráter de urgência após o naufrágio de um navio com 700 imigrantes na costa da Líbia neste domingo (19), também incluem o aumento para o dobro no financiamento e do número de navios disponíveis para a operação de proteção de fronteiras da União Europeia, ainda de acordo com o ministro.
Segundo a Reuters, o plano também inclui medidas para destruir as embarcações de traficantes de pessoas, e levar os imigrantes de volta para casa.
Mais detalhes ainda não foram divulgados.
Mais cedo, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou que na próxima quinta-feira (23) será realizada em Bruxelas uma cúpula europeia extraordinária sobre o drama dos imigrantes no Mediterrâneo, depois da morte de centenas de pessoas em recentes naufrágios.
"Decidi convocar uma cúpula europeia extraordinária nesta quinta-feira sobre a situação no Mediterrâneo", anunciou Tusk em seu Twitter.
A reunião foi pedida no domingo pelo chefe do Governo italiano, Matteo Renzi, com apoio de outros dirigentes.
Renzi também afirmou nesta segunda que a Itália estuda a possibilidade de realizar "intervenções dirigidas" contra os traficantes de pessoas na Líbia.
"A hipótese de uma intervenção militar não está sobre a mesa, mas, sim, é possível fazer intervenções dirigidas para destruir a máfia criminosa", declarou Renzi em uma entrevista coletiva conjunta com seu colega maltês Joseph Muscat.
"Ataques contra a extorsão, contra os escravocratas, são parte de nosso raciocínio", destacou Renzi, antes de afirmar que o ministério da Defesa estuda a possibilidade.
"Os técnicos estudam hipóteses técnicas", declarou, sem revelar detalhes.
Reação da ONU
Também nesta segunda, o chefe de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse que a União Europeia deveria buscar uma "aproximação mais sofisticada, mais corajosa e menos insensível" sobre imigrantes que às vezes morrem tentando chegar à Europa em barcos improvisados.
Também nesta segunda, o chefe de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse que a União Europeia deveria buscar uma "aproximação mais sofisticada, mais corajosa e menos insensível" sobre imigrantes que às vezes morrem tentando chegar à Europa em barcos improvisados.
"A Europa está dando as costas para alguns dos migrantes mais vulneráveis no mundo e arrisca tornar o mediterrâneo um grande cemitério", disse, descrevendo a política da UE como "míope".
Resgates
A Itália estava trabalhando em conjunto com Malta nesta segunda para resgatar os centenas de imigrantes que estavam em dois barcos naufragados nos últimos dias.
A Itália estava trabalhando em conjunto com Malta nesta segunda para resgatar os centenas de imigrantes que estavam em dois barcos naufragados nos últimos dias.
Uma das embarcações estava afundando nesta segunda com 300 pessoas a bordo. A Organização Internacional para as Migrações (OIM), afirmou ter recebido um pedido de socorro de uma pessoas que viaja no navio.
No domingo (19), outra embarcação com 700 pessoas afundar na costa da Líbia. De acordo com balanços preliminares, 24 mortes foram confirmadas e 28 sobreviventes foram resgatados, o que significa que quase centenas de pessoas podem ter morrido na tragédia.
Após o grave caso deste domingo, a União Europeia organizou uma reunião conjunta de ministros do Interior e das Relações Exteriores, convocada em caráter de urgência.Milhares de imigrantes já morreram este ano no Mediterrâneo quando tentavam deixar países da África e do Oriente Médio para entrar na Europa, fugindo de guerras e da pobreza.
A a chefe da diplomacia do bloco, a italiana Federica Mogherini, disse que a UE não tem mais desculpas diante da imigração. "Com esta nova tragédia já é demais. A UE não tem mais desculpa, os Estados membros não têm mais desculpas. Precisamos de uma verdadeira política migratória, precisamos de medidas imediatas", disse Mogherini antes da reunião de ministros das Relações Exteriores do bloco.
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