terça-feira, 7 de abril de 2015

Governo barra urgência para projeto que muda contratações na Petrobras

Requerimento foi retirado da pauta da Câmara após acordo entre líderes.

Para líder do governo, mudança nas regras pode “quebrar” a estatal.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília
A liderança do governo na Câmara conseguiu barrar nesta segunda-feira (30), em reunião dos líderes partidários, a votação, em plenário, de um requerimento de urgência para a tramitação do projeto de decreto legislativo que altera as regras de contratações na Petrobras, obrigando a estatal a seguir a lei federal de licitações. Para o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), a proposta “poderia quebrar a Petrobras”.
O projeto, de autoria do deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), susta os efeitos de um decreto de 1998, editado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que autorizou a petroleira a usar um sistema simplificado de contratação, sem precisar fazer licitação. Pelo decreto, a concorrência fica limitada a empresas “convidadas” a participar do certame.
“Ela [Petrobras] deixaria de funcionar imediatamente. Esse projeto seria muito negativo porque, desde 1998, ela funciona com um modelo simplificado de compras e agora, de uma hora para a outra, iria mudar tudo”, ponderou Guimarães.
Em meio ao escândalo da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção que atuava na estatal, a retirada do pedido de urgência da proposta representa uma vitória para o Palácio do Planalto. Segundo Guimarães, a matéria será discutida na comissão especial que analisa as regras do regime simplificado de licitação de empresas públicas.
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Em depoimento à CPI da Petrobras, o presidente da CâmaraEduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou o decreto presidencial de FHC, dizendo que a medida abriu a “porteira da corrupção”.
As investigações da Lava Jato apontaram a existência de um cartel integrado pelas empreiteiras para conseguir contratos mediante o pagamento de propina.
Na visão do líder do governo na Câmara, o acordo feito entre os partidos foi “necessário”. “Foi uma construção política boa, necessária, preserva a Petrobras e sinaliza que a Câmara está ajudando a Petrobras a se recuperar desse momento de dificuldade que ela vive por conta da operação Lava Jato”, enfatizou.
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