segunda-feira, 13 de abril de 2015

Manifestantes querem saída de Dilma, mas ignoram corrupção em Mato Grosso do Sul

Grupo afirma que exemplo precisa vir apenas do Governo Federal

Os manifestantes que foram às ruas de Campo Grande neste domingo (12) protestar contra o Governo Federal desejam o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e o fim da corrupção, mas parecem fechar os olhos para os problemas locais. Entre os entrevistados pelo Top Mídia News, a maioria defende a falácia de que o exemplo precisa vir de longe.

A técnica de enfermagem Silgnar Dias, 42, conta que trouxe a filha de 12 anos para o protesto, pois está cansada de tanta corrupção e exige mudanças. No entanto, apesar de reconhecer que “a situação da saúde no município está insustentável”, ela defende que as transformações no país devem começar pelo Governo Federal.

Segundo ela, o prefeito Gilmar Olarte (PP) cortou os plantões da categoria, reduzindo seu salário de uma média de R$ 1.500 para R$ 800, ao mesmo tempo em que mantém inúmeros funcionários comissionados ganhando o triplo de seu salário, contudo, a mudança deve ser iniciada pela presidente Dilma.

Foto: Deivid Correia 

Para o agricultor Mauro da Silva, a corrupção no Estado segue o exemplo das irregularidades apontadas pela Operação Lava Jato. “Se não há um bom pai para segurar a educação, não tem como ter um bom filho. A Dilma não sabe administrar, não dá um bom exemplo. Sou contra qualquer tipo de corrupção, mas tem que começar pelo Governo Federal”, enfatiza.

Segurando um cartaz com os dizeres “a corrupção política é o câncer do Brasil”, o douradense Alexandre Coelho também é contra a reforma política no país. De acordo com ele, as mudanças na legislação eleitoral podem ser uma manobra do Congresso Nacional e do Executivo Federal para facilitar a corrupção.

(Foto: Deivid Correia)

Opinião semelhante do empresário Ademar Dahn, 57. Segundo ele, o projeto de reforma política é uma tentativa de maquiar a corrupção realizada pela classe política e a única solução é acabar com o Congresso. Ele relata que viveu o período da ditatura militar e afirma que foi um período de ordem, em que apenas os “bagunceiros” sofriam violência ou a extradição.

A professora de artes, Marlei Borges, 34, também defende a intervenção militar. Para ela, o termo “ditadura” está incorreto, pois foi um período de segurança, em que a economia era estável e a única forma de retirar os “comunistas” do poder seria “na bala”.

Foto: Deivid Correia

Por outro lado, alguns manifestantes acreditam em tomar a iniciativa. Representando a maçonaria, Amilca Silva Junior, conta que foi ao protesto para lutar contra a corrupção e a impunidade da classe política em todas as esferas. Segundo ele, os maçons identificados em práticas ilícitas são expulsos da organização.

Outras bandeiras – Entre os manifestantes que solicitavam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, inclusive com a divulgação de um abaixo-assinado (Leia mais aqui), outras bandeiras também foram levantadas. 

De acordo com a médica Sirlei Ratier, a população precisa ficar atenta ao cerceamento da liberdade de expressão promovida pelo Governo Federal. “Nós não temos nada contra os homossexuais, mas não somos obrigados a rezar a cartilha deles. Nós temos o direito de educar os nossos filhos fora dessa cartilha”, argumenta.

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