quarta-feira, 22 de abril de 2015

Problemas de superlotação nos postos de saúde persistem durante o feriado de Tiradentes

Pacientes aguardam em pé e do lado de fora das unidades de pronto atendimento

Autor: Diana Christie

Foto: Repórter Top
Durante o feriado prolongado, a população enfrentou caos nos postos de saúde de Campo Grande, agravado com a redução dos plantões dos profissionais de saúde. Por causa da superlotação e da demora no atendimento, alguns pacientes relatam que desistiram da consulta para tentar em outro dia.

Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, o caseiro Paulo Carneiro, 54, conta que tentou ser atendido na semana passada, mas depois de quase cinco horas de espera decidiu ir embora para retornar ontem (20), entretanto, voltou a encontrar o posto lotado.

Além das longas filas de espera, Paulo, que possui problemas na coluna, denuncia a falta de medicamentos. Ele precisa utilizar uma pomada Proctosan, a base de cloridrato de lidocaína, mas nunca encontra o medicamento na rede pública de saúde. “Já tentei em vários e sempre acabo comprando. Custa entre R$ 40 e R$ 50”, aponta.

A copeira Milka Oliveira de Souza, 34, reclama de descaso no atendimento. Ela esteve no posto de saúde com o filho de dois anos de idade, que está com o tornozelo inchado, na última sexta-feira (17), mas a criança só recebeu alguns analgésicos e foi liberada.

Com a persistência da dor e do inchaço, ela precisou retornar ao médico e pretende cobrar um exame de raio-x para que seja determinado com precisão o estado da criança. Com a superlotação na UPA, ela conta que já aguarda com o menino no colo há cerca de uma hora.

Foto: Repórter Top

O comerciante Donizete Oliveira, 44, também reclama na demora da espera. Morador da região central, no final da Rua 14 de julho, ele explica que a unidade é a única a atender em regime de plantão nas proximidades, fazendo com que as filas se acumulem. Nesta manhã, ele aguardava há uma hora e meia e sem perspectiva de ser atendido.

Por causa da grande demanda de pacientes, muitas pessoas ficaram sem lugar para sentar e aguardam do lado de fora. A diarista Rosenir Mendes, 40, afirma que costuma aguardar no mínimo três horas pelo atendimento e já se prepara para outra maratona, inclusive, cogita deixar o posto para fazer a refeição e depois retornar.

Problemas
O caos já era previsto pelo Conselho Municipal de Saúde devido, principalmente, à redução nos plantões dos profissionais da área. Conforme denúncias publicadas pelo Top Mídia News, a Prefeitura teria feito um acordo para que os funcionários façam 12 plantões, mas recebam apenas dez. Além disso, os profissionais teriam o fornecimento de alimentação interrompido. Leia mais aqui.

Na sexta-feira (18), o prefeito Gilmar Olarte (PP) declarou que as reclamações da população são decorrentes da 'falta de paciência' da população. Para ele, a lotação da rede particular de saúde - por conta da epidemia sazonal de doenças respiratórias - estaria “comprometendo” a rede pública do município.

“É uma época do ano difícil. A superlotação da rede privada e de pacientes do interior que procuram tratamento na Capital tem deixado os postos de saúde muito cheios. Mas com a paciência e entendimento da população de que o atendimento demora, mas acontece, nós iremos trazer a paz e a tranquilidade para os postos”, disse. (Leia mais aqui)

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