sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Novela: nova interdição do Parque Ayrton Senna revolta campo-grandense

Depois de reabrir no mês passado, parque está fechado agora por causa das condições de higiene e danos ambientais

Muitos dizem que a interdição do Parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho, parece mais uma novela mexicana, com capítulos intermináveis. Mas essa história já está revoltando a população de Campo Grande. Nas primeiras vezes, o fechamento foi a pedido do Corpo de Bombeiros, por falta do sistema adequado de segurança no local, agora, a justificativa é o dano ambiental.

Desde terça-feira (2), o parque está fechado ao público, entretanto, nesta manhã de quinta-feira (4), muitos funcionários nem sabiam o motivo da tal interdição. Um assistente de manutenção, que preferiu preservar o nome, contou que a provável causa seria a limpeza da piscina, mas que não tinha previsão de abrir. Enquanto isso, as pessoas ficam a mercê da próxima definição.

“Nem sabia que já tinham fechado de novo. Não acredito. Moro aqui antes da construção do parque, cerca de 20 anos, e faço caminhada direto. Esse troço está abandonado mesmo. Que sacanagem”, disse o aposentado Vicente Lourenço, de 85 anos. O que preocupa é que a interdição segue por tempo indeterminado, conforme decisão do juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da comarca de Campo Grande.
 
(Foto: Geovanni Gomes)

O magistrado alerta que o parque não oferece condições de higiene e sanitárias adequadas. A determinação acatou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), com base no relatório elaborado pela Coordenadoria de Controle de Zoonoses (CCZ), no qual conclui que as aves que vivem ali, colocam em risco a saúde das pessoas que frequentam o local. O fato é que os pombos transmitem doenças e, ao manter ninhos no parque, podem trazer sérios riscos.  

A costureira, Sonia Regina Souza Alves, de 47 anos, confirma o perigoso de transitar pelas redondezas. “É muito chato, preciso fazer caminhadas e agora não posso. Tem que dar um jeito de arrumar. Tem até carniça jogada no parque. É assustador”, destacou. A mulher contou ainda, que o marido vive há 23 anos no bairro e, de dois anos pra cá, a situação se agravou. “Ele lembra que nas outras gestões era tudo diferente. Isso é descaso, política”, desabafou.
 
(Foto: Geovanni Gomes)


Já o presidente do Bairro Guanandi II, Jorge Alves da Silva, faz o alerta sobre a questão de segurança pública e o descontentamento dos moradores do entorno. “Somos contra a interdição. A gurizada acaba indo para a rua, ao invés de vir para o parque. Tinham que dar tempo para o prefeito e os vereadores deveriam apoiá-lo, para regularizar tudo. O pior é conviver com o aumento da criminalidade, pode ter certeza. É revoltante”, salientou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário