Em 2014, quando completou quatro décadas de vida e 25 anos de carreira, Kate foi considerada mais uma vez a modelo mais endinheirada da Inglaterra com uma fortuna estimada em 55 milhões de libras (aproximadamente R$ 220 milhões). A modelo ganhou também uma linha de taças de cristal feitas com o molde do seu seio, além de exposições e lançamento de livros sobre sua vida e carreira.
Entre as campanhas, Kate retomou sua parceria com a grife Topshop e lançou coleção que sumiu das prateleiras em minutos – um feito e tanto no mundo fashion comparado apenas ao furacão Kate Middleton e a quase obsessão das pessoas pelas roupas da princesa. Protagonizou ao lado de Cara Delevingne – modelo queridinha da nova geração – campanha de fragrância da Burberry, grife que a dispensou após os escândalos com uso de droga em 2005. Kate foi escolhida também como rosto de ensaios para linha da amiga e estilista Stella McCartney, da grife Rimmel e da marca de luxo especializada em couro Matchless. Posou pela 35ª vez para a capa da revista britânica Vogue , além de ter se tornado colunista e colaborada da publicação, que é considerada um dos mais importantes e respeitados veículos de moda do mundo – com certeza, um posto que não é para qualquer um.
Rainha dos anos 1990
Na onda das comemorações pelo aniversário, ela posou nua e estrelou a capa dos 60 anos da Playboy em edição publicada em 2013. Ficar sem roupa, aliás, não é nenhum problema para Kate, que já estrelou vários ensaios com looks mínimos desde o início da carreira aos 14 anos, quando foi descoberta em um aeroporto.
Foto: Livro 'Champagne Supernovas' deve chegar Brasil este ano / Divulgação
De lá para cá, Kate se consagrou como uma das maiores modelos de todos os tempos e inclusive é apontada como uma das responsáveis por criar a moda como a conhecemos hoje. Isso quer dizer que se você vir modelos magras demais usando uma
calça jeans despretensiosa na passarela de grandes grifes pode ser “culpa” de Kate Moss. Exagero? Não para a jornalista americana Maureen Callahan. Em seu livro
Champagne Supernovas , lançado no ano passado nos Estados Unidos e que deve ganhar tradução para o português e chegar ao Brasil ainda neste ano, a escritora analisa a vida, as polêmicas e o trabalho de Kate Moss e dos estilistas Alexandre McQueen e Marc Jacobs como as três figuras mais importantes da moda das últimas décadas e responsáveis por reinventar a moda no início dos anos 1990. “Você goste ou não, estes três tiveram uma enorme influência na moda, possivelmente a maior nos últimos 50 anos”, escreveu a crítica do site The Telegraph.
Segundo ela, eles introduziram os estilos que hoje conhecemos como street wear e grunge, nada mais do que a moda de rua representada na passarela. Além da polêmica onda chamada de “heroin chic”, (heroína chic, em livre tradução para o português), que foi o surgimento das modelos pálidas, excessivamente magras, com expressão nada saudáveis que representavam uma resistência às modelos curvilíneas e mais “luminosas” como Cindy Crawford. E foi aqui que os ossos aparentes da estrutura natural de Kate Moss, as sardas, os dentes separados e a expressão de estar sempre de ressaca caíram como uma luva e fez dela a precursora deste movimento. Uma espécie de “antimodelo”.
início: sem pudores
O livro a descreve como uma menina de comportamento temperamental, filha de pais separados, que começou a fumar e beber aos 12 anos, ia muito mal nos estudos e largou a escola na adolescência.
No início da carreira, ela era dispensada com frequência dos trabalhos pela aparência “heroin chic” e ficava na gaveta de “talvez” da agência. Kate finalmente foi vista aos 16 anos quando caiu nas graças da fotógrafa Corinne Day, que a clicou nua em uma praia para a revista The Face . Na capa, Kate aparece sorridente com um adorno de penas na cabeça, imagem que se tornou icônica no mundo da moda.
A grande chance
Depois disso, Kate era a segunda opção para um anúncio de jeans da Calvin Klein. A modelo oficial desistiu do trabalho e a inglesa protagonizou sua primeira grande campanha acompanhada de seu primeiro contrato milionário para ser garota-propaganda da marca. Aqui, suas curvas enxutas, a cara lavada e os
cabelos desarrumados começaram a virar moda e identidade de uma geração que deixou as ruas e passou a ser representada nos anúncios publicitários e páginas de revistas.
Intimidade exposta
A naturalidade, falta de produção e de roupa e a facilidade em mostrar a intimidade são também características de Kate que foram muito exploradas no início dos 1990. Esse comportamento era totalmente o oposto dos excessos de maquiagem, batom, ombreiras, rebuscamento e modos da moda da década de 80. Um exemplo do estrelato da inglesa na época é este ensaio clicado no flat em que Kate, com 19 anos, vivia em
Londres . As fotos foram publicadas na Vogue britânica.
Álcool, drogas, orgias
Paralelo ao sucesso, o comportamento sem nenhum limite para os excessos de Kate também ganhou fama. Os abusos de álcool, drogas, sexo e festas com orgias sempre fizeram parte da vida da modelo. Segundo o livro, ela chegava a ficar duas semanas sem sair da cama por causa desta rotina animada. Até hoje, aos 41 anos, ela ainda é flagrada deixando boates sendo carregada pelos amigos.
O grande escândalo
Mas, em 2005, o glamour da moda foi colocado em xeque e teve Kate no centro do furacão. Fotos dela cheirando cocaína foram parar na primeira página dos tablóides britânicos. Em efeito dominó, as especulações sobre os abusos da modelo foram parar na mídia e ela perdeu seus contratos milionários com Chanel, Burberry e H&M. Foram meses na reabilitação, mas mesmo assim, Kate parece nunca ter abandonado por completo o vício.
O mercado acreditava no fim de sua carreira, mas Kate é uma mulher cheia de amigos. O estilista Alexander McQueen encerrou seu
desfile de verão de 2006 em
Paris usando uma camiseta com a frase: “we love you Kate” (nós te amamos, Kate). A modelo
Naomi Campbell e a
atriz Catherine Deneuve também saíram em defesa da top inglesa. Com o tempo, ela recuperou seus contratos e assinou sua primeira coleção para a Topshop em 2007. Desde então, Kate maneirou um pouco, não protagonizou nenhum outro escândalo de tamanhas proporções, mas ainda mantém seus excessos.
Os amores
A vida amorosa de Kate também é agitada e sempre foi regada a muita bebida e noitadas. Entre eles, estão o ator Johnny Depp, o músico Pete Doherty – com quem dividiu seu pior período de abusos - e fotógrafos e jornalistas. No livro, sua relação com o Johnny é descrita como “duas pessoas com imenso apetite para drogas, álcool, cigarros e sexo”. Os jornais britânicos dizem que o galã foi o grande amor da vida da modelo e que ela teria levado anos para superar a separação.
O romance rápido com o editor Jefferson Hack teve como fruto a única filha da modelo, Lila Grace, de 11 anos.
Em 2011, Kate se casou com o músico James Hince.
Boas causas
Mas além das festas e sessões de fotos, Kate também é grande apoiadora de causas sociais e presença constante em jantares e eventos beneficentes de diversas instituições. Ela já estrelou campanhas em prol da conscientização pelo
câncer de mama .
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