segunda-feira, 30 de março de 2015

CRISE MUNICIPAL: CAOS NO SISTEMA DE SAÚDE PODE PIORAR! SAIBA POR QUE!

Os ajustes da Administração Municipal, na área da saúde já estão dando resultados. Aumento do tempo de espera nos UPAS e CRSs. Funcionários não podendo realizar plantões pois, com a diminuição, eles podem somente o máximo estipulado pela SESAU. Morosidade, desestimulo e conflitos entre a população e os funcionários. 
Esta é apenas a primeira fase de um processo que só tende a piorar. A população precisa entender, de uma vez por todas que, saúde não se faz somente com médicos. Não é o médico que faz a triagem, administra os medicamentos, administra o plantão, faz curativo, inalação e cuida das medicações. Existe um corpo de saúde que, se qualquer membro vai mal, ele fica doente e não funciona. Com uma quantidade diminuída de  funcionários administrativos e outros como enfermeiros e técnicos, a tendência é que o QualiSUS passe a se tornar um sistema de desavenças cada vez maior.
As UBSs e UBSFs também estão atendendo dentro de sua capacidade porém, cada investimento na base desafoga mais os famosos 'POSTOS 24 HORAS". 
Observem que os horários de maior fluxo e que guardariam as maiores reclamações deveriam estar compreendidos entre o período noturno e finais de semana ,no entanto o que acontece é uma difusão generalizada da insatisfação que não tem dia nem hora. O cidadão procura consulta nos postos de bairro e, não conseguindo ou mesmo sendo encaminhado, passa por longas horas de espera.Isso acaba mexendo com toda estrutura psicológica e fragilizando-o. Isso pode gerar  descontentamento que atinge níveis que variam de raiva, descontrole e até violência.
As duas últimas reações  da Administração à essa onda generalizada de descontentamento são risíveis: Criar uma cartilha para esclarecimento sobre o atendimento nos postos 24 horas ( o tão incompreendido QUALISUS) e investir na contratação de mais médicos.
Ora, um indivíduo doente, com dor ou que não sabe diagnosticar a natureza de seus problemas não vai querer ficar lendo sobre o porquê de ele não estar sendo atendido. Verdade seja dita, vai ser um monte de dinheiro gasto para a população se abanar no calor. E se partimos para outros meios de comunicação, uma  quantidade ainda maior de dinheiro, que poderia ser gasto para melhorar o salário dos funcionários,estrutura de postos e ajustar os plantões, vai pelo ralo. Essa ideia brilhante visa diminuir o nível de reclamações na OUVIDORIA SUS. Convenhamos, para diminuir a quantidade de reclamações na ouvidoria é melhor colocar os dedos nos ouvidos pois o povo não reclama mais por que não tem em mãos as armas para isso. Se fosse distribuído o número da Ouvidoria diariamente aos frequentantes dos  Postos e explicado como funciona, não teríamos espaço para tantas reclamações.
Sobre a outra iniciativa (contratar mais médicos) faço-lhes uma pergunta: Do que adianta entupir os postos de médicos se não existem enfermeiros e técnicos para triar e acompanhar todo o processo. Quem vai a uma Unidade de Urgência sabe o que está sentindo mas não sabem o diagnóstico. As vezes o que parece uma simples dor de cabeça pode ser um início de AVC. O paciente tem que chegar ao médico e para isso tem que ser triado (preparado).Depois do diagnóstico o médico passa para o corpo de enfermagem todos os procedimentos que serão tomados. Mas, com um número reduzido de técnicos e enfermeiros quem vai cumprir as indicações para o bem do paciente?
Tentem colocar em um plantão 10 médicos 1 enfermeiro e 3 técnicos. Os médicos ficarão de mãos atadas pois precisam dos colegas para dar andamento ao seu trabalho. 

OS MEDICAMENTOS
É de consciência geral que hoje existe uma lista de medicamentos em falta na rede pública. A lista de faltas vem diminuindo graças ao bom trabalho da COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA, muito bem administrada, e que vem fazendo o possível para que as faltas sejam sanadas. Mas nos casos em que o medicamento entra em falta e de um tempo para ser comprado seguindo os trâmites da lei, a população fica prejudicada. Infelizmente não é uma coisa comum nas Unidades de Urgência termos médicos procurando saber quais medicamentos estão em falta na farmácia. Isso gera um terceiro problema: Esperar, consultar, ter uma receita em mãos porém não existe o medicamento na farmácia. As faltas não são culpas do farmacêutico e muitas vezes o médico nem pode substituir a medicação por ser a única escolha para aquele tipo de doença. O resultado é uma revolta que surge na janela da farmácia e que, como já vimos na mídia, pode causar atos extremos por parte do paciente. 
Vamos entender aqui o que é prioridade. Se você demora para ser atendido a prioridade passa a ser utilizar um medicamento que cure ou aplaque seus sintomas. Se ele não existe, de que adianta ter ido ao médico e passado todo aquele tempo esperando? Em tempos de crise poucos são os que dispõem de dinheiro para comprar algo na emergência, sem programação. Destarte pode-se entender que o farmacêutico é figura importante no sistema de saúde, pois toda parte de dispensação e orientação, bem como a regulação é feita por eles mas se não tem o que ser dispensado, orientado ou regulado, ele deve no mínimo ser respeitado. Tudo na saúde depende da administração.

E LOGO TUDO VAI PIORAR


O somatório de menos funcionários nos plantões, doenças sazonais, epidemias como a de Dengue, os surtos de gripe que chegarão com o inverno e todos os outros problemas diários que envolvem o sistema de saúde, aliados a salários baixos, acumulo de emprego, medidas de contenção  e negociações de salário com possível indicativo de GREVE podem levar a saúde de Campo Grande a uma situação pior que a da grande epidemia de dengue de 2007, onde um contingente de pessoas teve que se unir aos profissionais da REMUS para poder prestar o melhor serviço à população. Imagine tudo isso se repetindo com número de funcionários reduzidos ? E com o atendimento  da Santa Casa de Campo Grande Comprometida.
A população está descontente porém esse descontentamento é generalizado, os servidores também estão desmotivados e trabalhando no limite, mas o que vemos são colegas lutando com todas as forças para prestar o melhor atendimento possível dentro daquelas condições lamentáveis.O pior jogo aqui é colocar a população contra o servidor, isso enfraquece a população pois, ao punir somente o servidor é como se estivéssemos construindo uma casa sobre a areia da praia, uma hora tudo desmorona e  não vai ser culpa do servente e sim de quem comanda a obra e quem mandou faze-la.


UNIÃO É A SOLUÇÃO:SEMPRE COBRE DA PESSOA CERTA


O primeiro indicativo de união deve partir dos servidores municipais que não devem desistir , nunca, de seus ideais e estar sempre focado na melhoria do seu salário e condições de trabalho para melhorar o serviço prestado à população.
União com a população: O cidadão, lesado em seus direitos, deve unir-se ao servidores, que também sofrem com problemas parecidos, e cobrar providências diretas da Administração Municipal. Não existe ninguém bonzinho em uma história onde as pessoas acabam cada vez mais doentes. As ouvidorias devem aumentar. O cidadão deve reclamar! Deve reclamar ao seu vereador, ao seu deputado, ao conselho gestor de sua área. Saúde e educação tem que ser prioridade para a nossa população. 
De que adiantam lindo pinheiros em frente a Postos de Saúde, reformas e doações à entidades, se a população vai pagar por isso? 
A pergunta que cada um tem que se fazer é: O que realmente esta acontecendo? Por que em dois anos a Capital sofreu perdas inexplicáveis? Quem vai pagar por isso? 
As vezes a imprensa fixa os olhos no fato, como foi o caso dos GUARDAS MUNICIPAIS que tiveram que usar de coação para poder abrandar a fúria de um Usuário SUS/PACIENTE, mas ninguém pensa em quanto é difícil para um servidor trabalhar em uma situação de extrema fragilidade sob os olhos de uma população descontente que a qualquer hora pode, em seus momentos de descontentamento,  até usar força física e feri-lo.
Os Guardas Municipais, por enquanto, são a única proteção a esse servidor. E dessa forma eles cumprem ordens, e as ordens não vem da administração do Posto mas da Administração Municipal. Excessos não devem ser aceitos, mas o GM deve fazer o trabalho para o qual foi designado.
Devemos colocar a culpa em quem é culpado, quem tem o dinheiro, e não nos trabalhadores que vão ,de sol a sol. ocupados em desempenhar suas funções para que o sistema funcione.

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