segunda-feira, 30 de março de 2015

Reabertura da UPA Vila Almeida atrasa e superlota outros postos


Demora no atendimento também aumentou número de agressões contra profissionais da saúde

Programada para esta segunda-feira (30), a reabertura da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida vai atrasar, agravando os problemas de superlotação dos demais postos de saúde. A unidade foi interditada para reformas no telhado que ficou danificado com o acúmulo de fezes de pombos em dezembro de 2014.

Segundo a enfermeira-chefe do UPA Coronel Antonino, Silvia Machado, a demanda de pacientes aumentou em cerca de 50% desde o fechamento da unidade na região do grande Santo Amaro. Três técnicos de enfermagem e um médico reforçam a equipe, mas a demanda é tão grande que um pediatra precisou ser readaptado para fazer o trabalho de clínico geral.

Com apenas três leitos de emergência, Silvia relata que, algumas vezes, os pacientes, vítimas de acidentes, acabam aguardando dentro da ambulância até que os funcionários de plantão consigam liberar novos leitos. “Não estamos negando atendimento, mas apenas um médico foi remanejado para cá e a demanda de pacientes aumentou muito”, explica.

De acordo com um médico da rede pública que preferiu não se identificar, a superlotação tem sobrecarregado os funcionários que atuam em um ritmo intenso, atendendo mais de 35 pacientes por dia. Além da falta de funcionários, os postos de saúde não possuem estrutura para abrigar mais profissionais, uma vez que as salas são limitadas.

Paciente na UPA Coronel Antonino, a moradora do Indubrasil, Silvana Nazaré, 37, conta que normalmente faz atendimento na unidade do Vila Almeida, mas ficou surpresa ao encontrar nas portas fechadas neste final de semana. Ela revela que está esperando há mais de três horas e não tem previsão de quando será atendida.

Edvaldo Oliveira da Silva, 43, se encontra em situação semelhante, aguardando há quase cinco horas. Ele afirma que evita ir ao posto de saúde por causa da demora. “O pior é ficar dentro da sala de espera. Está muito quente para ficar nesse ambiente fechado com apenas uma fonte de ar. Perigoso cair a pressão”, relata.

Um guarda municipal, que também preferiu não de identificar, conta que o aumento no fluxo de pessoas e a consequente demora no atendimento, deixa os pacientes estressados, ampliando os casos de discussões e brigas dentro dos postos de saúde. “Está mais difícil conter alguns pacientes”, revela.


A unidade de saúde da Vila Almeida foi fechada na última quinta-feira (26). Segundo a assessoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), a previsão de entrega das obras foi transferida para a próxima quarta-feira (1).

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