Generosos avaliadores da subcomissão técnica ignoraram edital e chegaram a das nota 11 as agências de publicidade
Uma denúncia feita por um servidor da Cecom (Central de Compras Municipal) revela uma série de irregularidades na licitação da Publicidade da Prefeitura de Campo Grande. Entre elas, uma chama a atenção: os documentos em que os integrantes da subcomissão técnica – responsável por analisar as propostas – concederam notas acima do permitido a algumas das agências participantes.
Documento obtido pela reportagem do Top Mídia News aponta que a licitação é ilegal, leia clicando aqui.
A atitude pode ser considerada fraude, que é definida pelo Dicionário Online de Português como “Ação e/ou comportamento que, sendo desonesto e ardiloso, tem a intenção de enganar ou ludibriar alguém. De modo a não cumprir determinada obrigação ou dever”.
Isso porque, de acordo com o edital, a subcomissão tinha como dever conceder o limite máximo de 10 pontos em um dos itens, especificado como Estratégia de Mídia e Não Mídia. A informação consta no anexo V do edital, na Planilha Individual de Avaliação Proposta Técnica, item IV da concorrência n. 12/2013.
Ignorando as determinações, um dos avaliadores chegou a dar mais que 11 a uma das concorrentes. Apesar da nota máxima ser 10, a agência Art e Traço, recebeu nota 10,33; a Slogam foi avaliada com 10,86; a Compet recebeu nota 10,26; a Remat foi pontuada com 10,5 por um avaliador e com 11,20 por outro; a Think recebeu nota 11,16; a Ramal atingiu 10,26; e a RPS pontuou 11,60.
Mesmo com as notas acima do que prevê o edital, nove empresas levaram a licitação, avaliada em R$ 12,8 milhões por seis meses ou R$ 71 mil por dia. São elas: Art Traço Publicidade e Assessoria, Ramal Propaganda, Bartz Comunicação Integrada, Compet Marketing e Comunicação, Think Service e Design, B&W Três Propaganda Ltda, Remat Marketing e Propaganda Ltda e Slogan Publicidade Ltda e ZN Marketing Publicidade e Promoções Ltda.
Além disso, outra denúncia sobre ilegalidades no edital e na composição da subcomissão técnica também vieram à tona. Procurada pela reportagem, a prefeitura informou por meio de nota que “Não há, até o momento, nenhuma investigação administrativa a este respeito”.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) informou que fará uma Averiguação Prévia na Prefeitura de Campo Grande, para apuração de possíveis irregularidades. A proposta foi apresentada pelo conselheiro Ronaldo Chadid. “Considerando que todos os relatos são verossímeis e demandam a atuação fiscalizatória deste Tribunal para prevenção e interrupção de possível dano ao erário ou seu agravamento”, asseverou Chadid.
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