terça-feira, 21 de abril de 2015

Itália resgatou 638 imigrantes em alto-mar na segunda

Balanço foi divulgado pela Guarda Costeira nesta terça. 

Capitão e ajudante de navio líbio naufragado foram presos.

Da EFE
Depoimentos dos sobreviventes ajudaram a definir o número de mortos (Foto: REUTERS/Alessandro Bianchi)Depoimentos dos sobreviventes ajudaram a definir o número de mortos (Foto: REUTERS/Alessandro Bianchi)
Mais 638 imigrantes foram resgatados nesta segunda-feira (20) em alto-mar após seis operações de socorro diferentes, informou nesta terça-feira (21) a Guarda Costeira da Itália em comunicado.
Os imigrantes viajavam a bordo de seis barcos em águas da costa da Líbia e receberam assistência do navio "Fiorillo" da guarda-costeira, de uma embarcação mercante e da Marinha italiana.
As primeiras 93 pessoas resgatadas, entre elas 12 mulheres e duas crianças, foram levadas na noite passada à ilha de Lampedusa, no sul do país.
Atualmente a Guarda Costeira presta socorro a um pesqueiro lotado de imigrantes a 80 milhas ao sul da Calábria, para onde também se dirigem dois navios mercantes.
O fluxo de imigrantes procedente do litoral norte-africano em direção à Itália parece não ter fim, em grande parte, devido às boas condições do mar.
Centenas de mortos
No domingo (19), um pesqueiro naufragou na costa da Líbia. A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) estima que 800 pessoas morreram na tragédia. Apenas 28 sobreviveram.
De acordo com as declarações de alguns sobreviventes, 700 e 950 pessoas estavam na embarcação. Cerca de 50 eram crianças e havia também outras 200 mulheres a bordo. Até agora foram localizados 28 corpos do mar, todos transferidos ao porto de Valletta, em Malta.
Vários sobreviventes afirmaram que a causa do acidente foi a colisão do navio pesqueiro no qual viajavam clandestinamente com a embarcação mercante portuguesa enviada para socorrê-los em alto-mar.
De acordo com depoimentos de pessoas que escaparam da tragédia, o capitão do barco deixou de conduzi-la para se esconder entre os imigrantes no momento no qual o navio "King Jacob", de pavilhão luso, chegava próximo ao pesqueiro, informou a imprensa local.
Isso pode ter provocado uma colisão entre as duas embarcações, ocasionando o naufrágio.
O capitão do navio acidentado, de nacionalidade tunisiana, e seu ajudante sírio foram presos e acusados de homicídio múltiplo, naufrágio e de apoiarem à imigração ilegal por conduzirem a embarcação que afundou no litoral de Malta.
O promotor de Catânia, Giovanni Salvi, disse que ambos foram reconhecidos através de fotografias pelos sobreviventes que estavam a bordo do navio "Gregoretti".
Segundo a primeira reconstrução dos fatos feita pelas autoridades, os imigrantes, ao verem a chegada de ajuda, foram todos para o mesmo lado da barcaça, fazendo-a virar, o que provocou o naufrágio.
O novo acidente provocou uma grande comoção na Itália e na União Europeia. O presidente do Conselho Europeu já convocou uma reunião extraordinária dos chefes de Estado e de governo do bloco para abordar a situação.

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