sábado, 14 de novembro de 2015

Operação Lama Asfáltica tem reviravolta e investigados são soltos

Alan Diógenes

Principal investigado pela Operação Lama Asfáltica, João Amorim também recebeu alvará de soltura. (Foto: Gerson Walber)Principal investigado pela Operação Lama Asfáltica, João Amorim também recebeu alvará de soltura. (Foto: Gerson Walber)
A investigação sobre o suposto esquema de desvio de recursos nas obras de conservação de uma estrada na região pantaneira (a MS-171) teve uma reviravolta, neste sábado (14). Após o juiz Carlos Alberto Garcete da 1ª Vara do Tribunal do Júri renovar por mais cinco dias a prisão temporária dos envolvidos, ontem (14), hoje a tarde eles receberam alvará de soltura através de habeas corpus.

O advogado Jail Azambuja, do ex-deputado Edson Giroto e da ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, por exemplo, entrou com o habeas corpus ontem. Na data de hoje, o juiz Claudionor Abss Duarte acatou o pedido e expediu o alvará de soltura.
Ambos devem deixar à sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros). O Campo Grande News apurou que os advogados dos outros envolvidos também entraram com o pedido de habeas corpus. O pedido foi analisado e aceito pelo mesmo juiz e eles também devem deixar a prisão.
São eles: os engenheiros João Afif Jorge, Wilson Tavares, Átila Garcia Gomes Tiago de Souza, Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi; o empresário da Proteco João Alberto Krampe Amorim dos Santos e a secretária e sócia da Proteco Elza Cristina Araujo dos Santos, que cumpria prisão domiciliar por ter gravidez de risco.
Lama Asfáltica - As prisões são decorrentes da investigação conduzida pelo MPE que faz devassa nos contratos de obras do Governo estadual. Conforme a auditoria realizada pela Secetaria de Obras, em três obras de conservação de estradas estaduais na região pantaneira, o prejuízo teria somado R$ 11,8 milhões. Na MS-228, trecho Entroncamento MS/427-Fazenda Imaculada, um contrato foi cumprido, mas em três quilômetros o revestimento primário ficou com pouca espessura e a qualidade do material discutível.
Já o segundo contrato, que previa a recuperação de 42 km, o serviço só foi feito em 23,2 km, mas houve o pagamento de R$ 5.014.900,8, quando o correto seria pagar R$ 2.052.764,80, resultando numa diferença de R$ 2.962.136,00 pagos indevidamente.
Na MS-171 ,entre a BR-262 e o km 90 em Aquidauana, a planilha inicial previa 90 quilômetros de cascalhamento , mas só e foram encontrados aproximadamente 63,2 km. A empreiteira recebeu R$ 4.541.457,94, mais só executou serviços que custaram R$ 1.877.473,38, ou seja, foram pagos indevidamente R$ 2.663.984,56.
Na MS-184, onde a planilha inicial previa 50 km de cascalhamento, só foram feitos 35,2 km . Pagou-se e R$ 7.801.935,44, mas só houve execução de R$ 1.530.036,22. Isto gerou uma diferença de R$ 6.271.899,22, valor pago indevidamente.

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