quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Com postos de saúde lotados, ambulâncias ficam 'presas' esperando por vagas


Regulação é deficiente e viaturas ficam horas aguardando liberação para atender novas ocorrências

As unidades de saúde de Campo Grande vivem abarrotadas em razão das epidemias transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, demanda de pacientes do interior do Estado e demais surtos. O agravante é que a lotação dos hospitais e postos de saúde também acabam refletindo no trabalho do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), pois viaturas ficam retidas nos atendimentos até que seja encontrada uma vaga para o paciente transportado.

Segundo a assessoria da prefeitura, o Samu possui até mais veículos do que o necessário para atender a demanda do município, mas o problema persiste. “O Ministério da Saúde preconiza um suporte básico para 100 a 150 mil habitantes e um suporte avançado para 400 a 450 mil habitantes. Devido à horizontalidade de nossa Capital e a taxa de adesão ao Sistema Único de Saúde, Campo Grande conseguiu contar com mais suportes do que o preconizado”, disse em nota, prefeitura.

Problema
“A população interpreta errado. Não é falta de viatura e nem demora do Samu. O problema é para onde levar o paciente. Não posso fazer serviço de táxi procurando hospitais. Quando tenho regulação, a ambulância leva direto. Você jamais verá paciente da rede conveniada que foi levado pelo Samu deitado no chão. Se eu levar e não tiver onde ficar, a maca fica presa e fico sem ambulância, por isso, ele fica onde está”, explicou o coordenador da Samu, Luiz Antônio Moreira da Costa, conhecido como Tonhão

A quantidade real de viaturas em pleno funcionamento não foi completamente confirmada, porque enquanto a assessoria informou que eram cinco suportes básicos, o coordenador contou oito. A justificativa de ambos é que existem variáveis, como reparos e manutenção. “Superamos a expectativa. Hoje em dia estamos operando com oito viaturas de suporte básico e três de avançado”, disse o coordenador.

Outra diferença é que as viaturas do avançado possuem a presença de médico e equipamentos específicos para casos de extrema emergência. O coordenador aproveita para explicar a razão das pessoas reclamarem do Samu.

 
(Foto: Geovanni Gomes)

“Os profissionais dos postos orientam mal. Ao contrário do que falam, nossa frota está completa. A demora ocorre por conta da demanda. São pacientes 24h por dia nos hospitais, não para de chegar. Os postos de saúde também acabam lotando, ficam represados porque o hospital já esta cheio. Não tem para onde levar, os hospitais estão lotados, temos que priorizar os casos mais graves. Então eles informam mal, falam que já tem senha e tudo, só estão esperando o Samu”, contou Tonhão.


O coordenador destaca que é importante que a população compreenda e respeite o grau de prioridade de atendimento, sem mencionar que o cidadão já é orientado por profissional competente, por telefone, para saber como proceder até a chegada da equipe.

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