Entre janeiro e julho, ao menos 241 profissionais pediram exoneração ou foram convocados e desistiram do contrato
A rotatividade de médicos que atuam na rede municipal de saúde é preocupante. Conforme levantamento no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), ao menos 241 médicos pediram exoneração ou desistiram de trabalhar no município entre janeiro e a primeira metade de junho.
O volume de convocações é grande. Neste período, mais de 256 profissionais do cadastro de reserva foram selecionados para efetivar contrato com a prefeitura, mas 186 convites precisaram ser revogados pela falta de interesse dos profissionais, que não se sentem atraídos pelos benefícios oferecidos pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública).
De acordo com o presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdir Shigueiro Siroma, o salário-base da categoria é de R$ 2.580, podendo chegar a R$ 5 mil através de bonificações e adicionais de plantão – valor bem inferior ao praticado na rede particular, onde os profissionais chegam a receber R$ 1,2 mil pelo plantão de 12 horas.
“Esses médicos pediram para sair, primeiro pelas más condições de trabalho, com falta de material, de tudo, com equipe reduzida, e pela baixa remuneração. Por isso, o pessoal está indo para o serviço particular ou para o interior. Ainda estamos fazendo o mapeamento, mas as escalas não estão fechando por falta de equipe”, afirma.
Na página da instituição na internet, a prefeitura mantém um cadastro permanente para novos médicos que podem se inscrever para o cadastro de reservas, mas ainda assim não consegue preencher todas as vagas disponíveis. Siroma ressalta que os profissionais que atuam na rede pública estão mais expostos a agressões, agravando a situação.
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