Gilmar Olarte, Valtemir de Brito e outros servidores tiveram os bens bloqueados por envolvimento na contratação de funcionários fantasmas
Com os bens bloqueados pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o secretário municipal de infraestrutura Valtemir de Brito, o Kako, alegou que vai recorrer da decisão e que as denúncias feitas pelo MPE (Ministério Público Estadual) já foram esclarecidas.
“Tudo que está acontecendo é prerrogativa do Ministério Público, de abrir procedimentos, fazer as investigações necessárias. Tem que se observar que é um procedimento a ser apurado, mas dentro dos autos já está comprovado que não houve funcionários fantasmas”, declarou, após lançamento do serviço de coleta seletiva em Campo Grande.
O secretário, juntamente com o prefeito Gilmar Olarte e outros funcionários da administração, respondem por enriquecimento ilícito, em processo que investiga a contratação de funcionários fantasmas em diversas secretarias. Entre os indiciados aparecem parentes de funcionários do primeiro escalão do Executivo municipal e o nome de envolvidos no esquema estelionatário investigado pelo Gaeco.
Gilmar Olarte está com os bens bloqueados até o limite de R$ 270 mil e Valtemir de Brito até R$ 148,8 mil, pois foram considerados os principais responsáveis pelos danos ao erário público. Os dois foram indicados por negociar as nomeações e designar cargos em comissão para os beneficiários do esquema.
Apontados como funcionários fantasmas Felipe Félix de Carvalho, a depiladora Fabiana Garcia de Souza e Ana Maria Ferreira Feliciano também tiveram parte dos bens bloqueados. Durante o processo, o MPE alega que os servidores foram flagrados em academias, restaurantes e passeios durante o horário do expediente.
De acordo com Kako, Felipe Félix , que é filho da atual presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Elizabeth Félix da Silva Carvalho, já foi exonerado do cargo e uma das denunciadas comprovou que cumpre expediente na prefeitura, sendo que continua trabalhando. Também consta como envolvido no esquema o fotógrafo e pastor, Luiz Márcio dos Santos Feliciano.
Outras investigações
O prefeito Gilmar Olarte e alguns dos servidores que tiveram os bens bloqueados também aparecem em outro processo em tramitação no TJ-MS sobre estelionato. O chefe do Executivo é apontado como o mentor de um esquema de corrupção que culminou na cassação do ex-prefeito Alcides Bernal (PP).
Conforme apurado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), ele teria usado de sua influência política para receber vantagens pessoais. Tanto Olarte quanto o ex-assessor especial da Segov (Secretaria Municipal de Governo), Ronan Edson Feitosa de Lima, foram indiciados por corrupção passiva e lavagem de capitais.
Segundo as investigações, eles atuavam “fazendo ofertas de ajuda política, empregos futuros e outras participações no executivo municipal” para obter “cheques bancários, que passaram a descontar com agiotas ou em factorings [compra de ativos financeiros], deixando sem fundos as respectivas contas bancárias, causando prejuízos aos seus titulares”.
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