Ao usar tribuna da Câmara de Vereadores nesta terça-feira (22), jornalista Carlos Roberto Pereira questionou valor do patrimônio do prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP), que segundo jornalista gira em torno de R$ 3 milhões. Na semana passada, Carlinhos denunciou ao MS Noticiais suposto esquema evolvendo Bernal e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Conforme Carlinhos, o chefe do Executivo teria “ arquitetado” instauração da Operação Coffee Break. “Eu acho que o Gaeco devia investigar os bens do Bernal”, disse.
Segundo Carlinhos, Bernal “usou seus conhecimentos de advogado” para o manipular. Questionado sobre assinatura de documentos, sem devido conhecimento, pelo vereador Marcos Alex (PT), o jornalista alegou não saber que os documentos seriam usados para abertura da operação Coffee Break. “Antes de Bernal voltar [Bernal reassumiu Prefeitura no dia 27 de agosto por meio de decisão judicial] eu já tinha brigado com ele. Por motivos de documentos assinados por mim sem minha autorização. Outra coisa é caráter e princípios que não se vendem. Eu não recebi nenhuma proposta ou vantagem do prefeito e quem falar isso vai tem que provar na Justiça”, disse jornalista.
Na oportunidade, presidente da Casa de Leis, João Rocha (PSDB) afirmou que vai analisar informações. "Tudo sendo verídico vou tomar todas as providências”, disse João Rocha. Para vereador Airton Saraiva (DEM) ‘isso é uma vergonha’. Mario Cesar (PMDB) sugeriu que as denúncias de Carlinhos sejam encaminhadas ao Ministério Público Estadual (MPE). “Vamos fazer o que for necessário para que a justiça seja feita”, disse vereador.
Entenda o caso
De acordo com Carlinhos, meses depois da cassação, ocorrida em março de 2014, Bernal o procurou para pedir que assinasse uma procuração para que ele pudesse pedir na Justiça acesso ao processo da cassação do seu mandato. “Eu fui ao escritório do advogado dele o José Melk e assinei. Depois disso, os vereadores ligados a Bernal entraram com ação popular para derrubar cassação e eu fui colocado como autor da ação”, disse ao MS Noticiais. Mesmo surpreso com fato de ser incluso como autor da ação sem seu consentimento, Carlinhos disse que "até então eu confiava nele, para mim sempre foi pessoa de confiança tanto que defendi ele quando foi cassado e continuei defendendo”, afirma.
Depois da ação popular, Bernal voltou a procurar Carlinhos. Segundo o ex-comissionado, logo após exibição da matéria do programa "Fantástico" da Rede Globo que tratava sobre Operação ADNA, Bernal foi até casa dele (Carlinhos) pedir ajuda. A matéria mostrava esquema em que Gilmar Olarte é tido como responsável por trocar cheques, em branco, emprestados de terceiros, com agiotas. ADNA foi operação denominado pelo Gaeco que denunciou o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A sigla identifica a igreja evangélica da Capital, da qual Olarte é fundador e pastor. Nesta terça, Carlinhos Pereira entregou à Câmara todas cópias de petições que foram encaminhadas ao Procurador Geral do Estado, Humberto Brittes.
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