quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Com bolso apertado, campo-grandense desistiu até da árvore de Natal


Em 2015 o jeito foi usar a criatividade 

  • Foto: Clayton Neves
  • Pelo jeito não são somente as ruas de Campo Grande que vão ficar sem decoração de Natal neste ano. Diferente dos anos anteriores, muitos campo-grandenses deixaram os adereços de lado e vão passar o feriado sem as luzes do pisca-pisca e o encanto da árvore de natal. A culpada? A crise.
    Sentindo na pele a redução na procura dos produtos natalinos, Pedro Magalhães, gerente de uma loja de utilidades, lembra que 2015 não foi nem de longe um dos melhores anos para os comerciantes, mesmo em épocas tão aguardadas, como é o caso do Natal. “Nós esperávamos pelo menos empatar com o ano passado, mas ainda faltaram 10% para atingirmos o índice de vendas de 2014”, relata.
    Para atrair o público foi feito de tudo um pouco. Descontos, vantagens e anúncios, mas não teve jeito, de acordo com Pedro, as vendas de produtos de decoração natalina “estacionaram de vez”. “O pessoal está preferindo deixar a casa sem a árvore de Natal do que gastar”, explica.
    E se os clientes não gastam, o comércio sente. Somente na loja gerenciada por Pedro Magalhães, a redução no número de contratações temporárias caiu mais de 50%. Em 2014 foram 15 novos funcionários para auxiliar no atendimento dos clientes, neste ano, o número de contratações caiu para sete.
    A comerciante Liliane Fernandes, 29, apelou para a criatividade. Com orçamento apertado e o desejo de decorar a casa, a solução foi improvisar com artesanatos feitos com cartolinas, cola quente e tecidos. “Não comprei nada por causa dos preços, preferi fazer eu mesma minha decoração”, relata.
    Outra que teve que colocar a imaginação para funcionar foi a manicure Silvia Soares, 49. Na cesta que ela carregava apenas o básico: três pequenos potes de vidro, velas e alguns arranjos. “Estou comprando só o necessário e tendo muito jogo de cintura. Vou ter que usar minha criatividade para enfeitar minha mesa, afinal, economia é a palavra hoje em dia”, diz. Para a decoração improvisada, a manicure gastou R$ 70. “e está de bom tamanho”, finaliza ela.

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