terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O rock está de luto: morre Lemmy Kilmister, do Motörhead



Aos 70 anos, morre a lenda do rock Lemmy Kilmister, líder, cantor e baixista da banda



O rock está de luto: morreu o inglês Lemmy Kilmister, líder, cantor e baixista dos Motörhead desde os anos 1970, também músico dos Hawkwind, e instituição do estilo de vida rock. Era uma lenda para os amantes das linguagens do rock mais pesado, mas transcendia essa condição. Era o tipo de músico que o público acabava por gostar, com a sua inconfundível voz rouca e o inseparável chapéu preto.

Tinha 70 anos, completados no dia 24 de Dezembro. A sua morte começou a ser avançada, de forma não oficial, depois da meia-noite desta terça-feira (28),  e foi  confirmada na página oficial do Facebook da banda. O músico não resistiu a um câncer que lhe havia sido diagnosticado há apenas dois dias. De acordo com a nota dos Motörhead nas redes sociais, o músico teria morrido em casa rodeado da família, em Los Angeles. Os outros membros do grupo dizem não ter “palavras para expressar o seu choque e tristeza” e exortam os admiradores a ouvir, bem alto, por estes dias a música do Motörhead e dos Hawkind, em sua homenagem. “Bebam uma bebida ou mais. Partilhem histórias. Celebrem a vida desse homem amável e maravilhoso que a celebrou de forma tão vibrante”, pode ler-se.

Os últimos anos da sua vida foram marcados por vários problemas de saúde, decorrentes de diabetes e coração, tendo sido obrigado a cancelar vários concertos ou a abandonar o palco a meio de outros. Em Outubro do ano passado revelou mesmo que havia estado “próximo da morte” em 2013 quando foi submetido a uma cirurgia que envolveu um implante de um dispositivo eletrônico regulador do batimento cardíaco. “Tive de cortar nos cigarros e na bebida”, disse à revista Kerrang, substituindo uísque por vinho, “mas tenho a certeza que vou morrer na estrada de uma forma ou de outra.”

Mal as notícias começaram a circular, inúmeras figuras do rock, especialmente as mais conotadas com o Metal, prestaram-lhe tributo nas redes sociais. Ozzy Osbourne escreveu no Twitter que havia perdido um dos seus melhores amigos: “Era um guerreiro e uma lenda.” Por sua vez, o guitarrista Eddie Clarke, que integrou a formação mais conhecida dos Motörhead – na companhia de Lemmy e Phil Taylor, que morreu há dois meses – disse-se “devastado”, afirmando que Lemmy era como se fosse um irmão. “O mundo parece um lugar verdadeiramente vazio neste momento”, escreveu.

Ao longo dos anos, o Motörhead atuou várias vezes em Portugal, a última das quais, em 2010, no Rock In Rio em Lisboa. Antes já tinham passado pelo festival Paredes de Coura de 2004, pelo Coliseu dos Recreios de Lisboa em 1999 ou pelo Pavilhão Infante de Sagres do Porto e Dramático de Cascais em 1998. Também tocaram na concentração motard de Faro em 2007, o que não espanta, dada a associação entre o visual de Lemmy, a sua forma de estar, e a iconografia ligada aos motoqueiros. De alguma forma é como se Lemmy encarnasse um certo estilo de vida do rock, o ideal romântico de se poder existir para sempre nos limites. Há várias frases da sua autoria que simbolizam que para ele o rock não era apenas música. “Se achas que estás demasiado velho para o rock & roll é porque estás”, dizia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário