O movimento de pais em busca de materiais escolares nas papelarias de Campo Grande ainda é fraco. Apesar daqueles que preferem garantir a compra em dezembro, a maioria escolhe deixar para janeiro, quando boa parte das despesas de fim de ano está paga. Entre os que já fazem pesquisa, muitos desconfiam que os preços estão mais altos, embora admitam não se lembrarem de quanto pagaram em cada item nas compras anteriores.
Pesquisa do Procon MS feita em outubro aponta aumento de 20,06% nos preços dos materiais, em relação a janeiro deste ano. Além disso, há variação expressiva de preço para os mesmos produtos em estabelecimentos diferentes, segundo a superintendente do Procon, Rosimeire da Costa.
“Vale a pena pesquisar, pois tem muita diferença, então pedimos que os consumidores utilizem a tabela que será divulgada. Com isso, queremos estimular a concorrência entre as livrarias e papelarias”, comenta. Conforme Rosimeire, o levantamento será publicado no site do Procon nos próximos dias.
A alta significativa está relacionada basicamente a inflação, conforme a superintendente. “É um aumento considerável em um momento conjuntural, em que se tem uma retração do comércio em si e sinalização da inflação nesse custo”, explica.
Na papelaria para comprar uma caixa de presente, a cabeleireira Célia Ogawa, 42 anos, nem pensa em fazer pesquisa agora, porque já sabe que os preços sobem sempre e não tem como conciliar com as contas de fim de ano. “Vou pensar nisso só em janeiro, pois até lá já passaram as festas. Aí vou ver quanto vai sobrar para o material. Antes, eu comprava em dezembro, mas agora não vai dar mesmo”, comenta sobre o material da filha, de 10 anos.
A cabeleireira, que gasta em média R$ 700 com os itens para o ano letivo da filha, acha que adiantar as compras não traz vantagem. “Imagino que teve aumento, porque têm muitas promoções, mas agente não sabe quanto cada coisa estava custando antes. A gente se surpreende, as vezes tem alta de até 30% em um produto que está com anúncio de promoção”, diz.
Enquanto os pais tentam equilibrar as contas, as crianças só pensam nos cadernos e mochilas de personagens. Para ninguém ficar descontente, a funcionária pública Vera Lúcia Lima, 37 anos, leva o filho Alison, de 9 anos, à papelaria. “As vezes, dá para levar o que ele gosta, mas a prioridade é o valor. O que eu deixo ele escolher de mais caro é o caderno, que ele faz muita questão”, conta a mãe.
Apesar da maioria dos pais pesquisar, todo o estoque acaba até o fim de janeiro, segundo o gerente da Shoptudo, Felipe Fernandes. “Tem caderno de 10 matérias de R$ 7,99 e outro de R$ 28,40, que é o caso do da personagem Frozen, e vendemos todos até o início do ano. Então, quem deixa para última hora pode não encontrar de tudo”, comenta o gerente. Para amenizar os reajustes de preço, a loja parcela em até 10 vezes sem juros.
No Centro da cidade, a loja Livromat também oferece parcelamento em 10 vezes. “Tem dois grupos de clientes, os que acham que é melhor comprar agora, porque depois os preços sobem e os que deixam para janeiro, porque acham que vai ter promoção. São dois mitos, pois a gente não faz alteração de preço nesse período”, diz o gerente Edgar Rocha.
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