Ele disse que ex-secretários 'respondem pelos atos'
Do lado de cá da linha telefônica, a repórter. Do lado de lá, o ex-governador André Puccinelli (PMDB), o político que mesmo fora de cargo público continua sendo um dos caciques no Estado. A conversa começou com o cenário politico nacional, mas não tinha como deixar de perguntar sobre a boataria que levou jornalistas à frente da casa de Puccinelli em Campo Grande, nesta terça-feira pela manhã. Eles estavam à caça da confirmação de uma suposta prisão do pemedebista. A reação de Puccineli à indagação sobre o assunto foi uma sonora risada, seguida da afirmação veemente “não há pedido de prisão algum”.
Perguntado se sairá ileso das investigações que implicam atos de seu governo em irregularidades, como parte da Operação Lama Asfáltica, Puccinelli diz que não há nada contra ele. “Eu não tenho motivo para não sair ileso”.
O ex-governador prossegue. “Já vasculharam meu Imposto de Renda, meu sigilo fiscal, tributário, telefônico, declaração anual do produtor e não acharam nada”, diz. “Não é de agora, é desde 1997”, continua, em alusão ao ano em que se tornou prefeito de Campo Grande pela primeira vez.
Novamente entre risos, Puccinelli atribui os “rumores” contra ele a “algum adversário que gosta muito de falar”.
“Tanto é verdade que até agora não ocorreu, nem creio que vá ocorrer, pronto”, sentencia.
Então Puccinelli quer dizer que se houve alguma irregularidade foi do secretário, na investigação em questão Edson Giroto, que acompanha o ex-governador desde suas gestões como prefeito de Campo Grande? A resposta de Puccinelli é clara para quem quiser entender: “Dos atos feitos e assinados pelos secretários respondem os secretários, dos atos feitos e assinados pelo governador”, declara. Antes disso, o ex-governador afirmou que não gostaria de falar desse tema e por isso a conversa foi curta, mas reveladora.
Lama Asfáltica
Edson Giroto, ex-secretário de Obras de Mato Grosso do Sul, ex-deputado federal e ex-candidato, como o apoio de André, à Prefeitura de Campo Grande, chegou a ficar preso por 4 dias e meio como parte das investigações da Operação Lama Asfáltica.
Deflagrada em julho deste ano, a Lama Asfáltica realizou 19 mandados de busca e apreensão na casa de empreiteiros e políticos de Mato Grosso do Sul para investigar o prejuízo de R$ 11 milhões na construção de obras com recursos federais.
Amorim também ficou preso por 5 dias, a pedido do Gaeco ((Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado). Também foram presos a ex-presidente da Agesul, Maria Wilma Casanova Rosa, o ex-presidente do órgão, Wilson Tavares, a sócia de Amorim na Proteco, Elza Cristina Araújo dos Santos, os engenheiros Átila Garcia Gomes Tiago de Souza, Maxwell Thomé Gomez, Rômulo Tadeu Menossi e o ex-deputado estadual Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano.
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