Prefeito enfrenta situação inversa a 2012
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), enfrentará uma situação diferente na eleição de 2016, caso oficialize sua candidatura a reeleição. No primeiro turno há grande possibilidade de tudo permanecer como antes, com o PP sozinho na majoritária e proporcional. Já no segundo turno, correligionários e adversários já contam com a tendência de situação desfavorável.
O PDT é um dos partidos que exemplificam esta dificuldade. Paulo Pedra é secretário de Governo de Bernal, mas o partido não deve apoiá-lo. O presidente estadual do partido, Dagoberto Nogueira, por exemplo, sempre que é questionado sobre a atual administração diz que Bernal é o "pior prefeito que Campo Grande já teve". O discurso é próximo ao de Felipe Orro, que também nem considera apoio a Bernal.
Bernal também tende a enfrentar dificuldade com o PSDB. O partido tinha dois vereadores em Campo Grande quando Bernal foi eleito: Rose Modesto e João Rocha. Eles chegaram a integrar a base, mas bastou alguns dias para a situação mudar. Hoje o partido integra a oposição e terá candidato próprio em Campo Grande.
Em tempos construção de alianças, partidos costumam dizer que no primeiro turno descartam aliança, mas que pode ocorrer no segundo turno. É o caso, por exemplo de Marquinhos Trad (PMDB) com o PSDB. No caso de Bernal é diferente. Não é comum ouvir lideranças partidárias dizerem que vão apiá-lo no segundo turno. O PT foi um dos poucos que considerou compor com ele, mas o partido guarda mágoas da atual gestão. A relação está estremecida por conta de acusações em relação a cargo. Bernal diz que o PT queria as principais secretarias e petistas acusam o prefeito de querer dar espaço em troca de apoio a releição, o que não aceitariam.
Na nova eleição Bernal pode passar pelo que Edson Giroto passou em 2012, quando viu todos os candidatos mais fortes apoiarem Alcides Bernal. No poder, o PMDB foi alvo de diversas críticas e Giroto não conseguiu reverter a situação, perdendo a eleição e a hegemonia de 20 anos.
Agora é a vez de Bernal tentar uma missão difícil: vencer a eleição no primeiro turno. Caso contrário, corre grande risco de enfrentar um grupo forte de adversários para se manter no poder.
Em 2012 Bernal conseguiu apoio do PT, PSDB e PV no segundo turno em Campo Grande. Porém, nunca conseguiu chegar a 10 aliados na Câmara e hoje enfrenta situação ainda pior. Apenas Cazuza (PP) e Luiza Ribeiro (PPS) tentam defender a administração dele na Câmara.
O desafio de Bernal é grande por conta da quantidade de adversários e equilíbrio. Pesquisas encomendadas até o momento não indicam favoritos para eleição, que tende a ser bastante disputada. Naturalmente, os adversários devem disparar diversas críticas a gestão de Bernal, o que dificultará uma possível aliança no segundo turno.
Bernal venceu a eleição em Campo Grande com discurso de oposição. Agora, precisa comprovar que sua gestão foi eficiente. Para minimizar este desgaste, de deixar de ser pedra e passar a ser vidraça, o prefeito tende a usar o que chama de “golpe” para conquistar a vitória. Neste caso, caberá ao eleitor decidir se a gestão não decolou por incompetência administrativa ou armação de adversários.
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